O primeiro-ministro, António Costa, declarou neste domingo estar a acompanhar consternado a perda de vidas e destruição em Timor-Leste, devido às cheias, e afirmou que Portugal está "solidário como sempre" com aquele país e quer apoiá-lo.

"Acompanho, com consternação, os relatos da perda de vidas e da destruição provocadas pelas cheias em Timor-Leste. Portugal está solidário com o povo timorense, como sempre, e apoiará os esforços para fazer face à devastação", foi a mensagem escrita numa rede social virtual pelo chefe de Governo.


As cheias em território timorense provocaram, pelo menos, 11 mortos e milhares de desalojados, de acordo com o antigo primeiro-ministro timorense Mari Alkatiri, em declarações à Renascença.

Portugal ofereceu também ajuda através do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, que referiu à agência Lusajá ter falado com o embaixador em Díli e com a ministra timorense dos Negócios Estrangeiros, que lhe transmitiram que "as inundações são violentíssimas".

"Ambos disseram que nunca, nas respetivas vidas, tinham visto chover com esta intensidade e violência", adiantou.

Augusto Santos Silva lamentou "profundamente" as mortes registadas na população de Timor-Leste, a quem exprimiu a solidariedade de Portugal.

"Há registo de muitos danos materiais, não há registo de nenhum dano pessoal entre a comunidade portuguesa. De qualquer forma, ainda é preciso apurar os danos materiais", disse ainda.

"Ofereci a solidariedade portuguesa e o apoio português às autoridades de Timor-Leste durante a minha conversa com a ministra dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste e trabalharemos para esse fim nos próximos dias".

A ajuda de Portugal deverá passar pelo programa de cooperação que Portugal tem com Timor-Leste. "Já pedi aos serviços para estarem alerta, porque certamente nos próximos dias haverá pedidos de apoio, alguns de emergência, outros de reconstrução. Vamos esperar agora", referiu.

As cheias que atingiram neste domingo grande parte da cidade de Díli provocaram pelo menos 11 mortos, segundo um balanço atualizado, mas ainda provisório da Proteção Civil de Timor-Leste.

À Renascença, Mari Alkatiri, antigo primeiro-ministro timorense refere que, “só em Díli, neste momento, há mais de três mil desalojados, pessoas que ficaram sem nada” e que precisam "imediatamente de apoios básicos de alimentação”.

Responsáveis do Governo e das várias estruturas de emergência estiveram reunidos de urgência no Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC) para analisar os danos causados pelas cheias, que arrastaram casas, destruíram estradas e várias outras estruturas.

Entre as prioridades definidas nessa reunião alargada, liderada pelo CIGC, está o apoio à evacuação das zonas mais afetadas e ao realojamento de centenas de famílias afetadas pelas inundações, em vários pontos da cidade.

Nos últimos dias, os serviços meteorológicos tinham alertado para o risco de chuva forte em várias zonas do país, com destaque para a costa Norte, devido aos efeitos de um sistema de baixa pressão, localizado sobre a parte ocidental da ilha de Timor.

As chuvas intensas já tinham causado problemas em vários municípios do país nos últimos dias, com relatos de casas destruídas e outras infraestruturas afetadas, incluindo estradas e pontes.