O novo presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP), Adão Carvalho, critica o silêncio da procuradora-geral da República, Lucília Gago, sobre a polémica em torno da decisão instrutória da Operação Marquês, que envolve o antigo primeiro-ministro José Sócrates.

No seu discurso de tomada de posse, esta quinta-feira, em Lisboa, Adão Carvalho afirmou “não ser compreensível” que Lucília Gago “se quede no silêncio, num momento em que o Ministério Público é alvo de críticas à sua atuação”.

O presidente do SMMP considera que a procuradora-geral não está a cumprir “o dever estatutário de informação que sobre a mesma impende, esclarecendo a opinião pública no sentido de que o Ministério Público é uma magistratura, dotada de autonomia, não instrumentalizável, e cuja atuação assenta unicamente em critérios de estrita legalidade e objetividade”.

Adão Carvalho vê também “com preocupação o autismo evidenciado pela procuradora-geral da República, o seu distanciamento e desinteresse pelos magistrados do Ministério Público e pelas suas principais preocupações”.

O novo presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público dá como exemplo “o facto de não ter comparecido, nem se ter feito representar na cerimónia de tomada de posse do único organismo representativo dos magistrados do Ministério Público”.