A Agência Europeia do Medicamento (EMA) considera que a vacina da AstraZeneca pode ser administrada a adultos com mais de 55 anos. A informação consta da avaliação publicada nesta quinta-feira.

“Os especialistas científicos da EMA consideraram que a vacina pode ser usada em adultos mais velhos”, lê-se no documento.

A agência reconhece, contudo, que não existem “resultados suficientes” de testes realizados “em participantes com mais de 55 anos” que permitam saber “quão bem a vacina funcionará neste grupo”.

No entanto, os peritos da EMA consideram que a vacina dará proteção a estas pessoas, tendo em conta a “resposta imune já observada nessa faixa etária” e a “experiência tida com outras vacinas”.

É partindo deste princípio que a agência faz a recomendação agora divulgada. “São esperadas mais informações dos estudos em andamento, que incluem uma proporção maior de participantes idosos”, adianta.


A vacina da AstraZeneca foi aprovada pela EMA em 29 de janeiro. Na avaliação divulgada nesta quinta-feira, a agência europeia recorda que “o impacto da vacina da AstraZeneca contra a Covid-19 na disseminação do vírus na comunidade não é ainda conhecido. Não se sabe ainda quanta da população vacinada poderá transportar e passar o vírus”.

Na semana passada, também a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou uma recomendação sobre a administração da vacina da AstraZeneca, dizendo que pode ser utilizada em maiores de 18 anos e "sem limite de idade".

“Todas as pessoas acima dos 65 anos podem ser receber esta vacina", afirmou Alejandro Cravioto, do grupo de especialistas da OMS, em conferência de imprensa conjunta com a diretora de imunização e vacinas, Katherine O'Brien, que sublinhou o facto de o conhecimento a respeito deste vírus e das vacinas "ainda estar em fase inicial".

A OMS recomenda ainda a vacina da AstraZeneca em países onde a variante sul-africana está disseminada. Isto, apesar de um estudo divulgado dias antes pelo Finacial Times indicar que a vacina da AstraZeneca e da Universidade de Oxford será pouco eficaz contra a variante sul-africana do SARS-Cov-2.

Porque a maioria dos testes desta vacina foram realizados em voluntários com idades compreendidas entre os 18 e os 55 anos, vários países, incluindo Portugal, decidiram não recomendar a administração a pessoas mais velhas.

As recomendações da OMS e da EMA surgiram depois das posições individuais dos Estados.