A UGT, a CAP, a CCP e a CTP sublinharam este sábado a importância do reforço do acordo para a melhoria dos rendimentos, hoje assinado, mas assinalam que há espaço para mais.

"Não é o acordo ideal, mas é o acordo possível", afirmou o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, na sua intervenção na cerimónia de assinatura, que decorreu na sede do Conselho Económico e Social (CES), em Lisboa).

Antevendo, "novamente um grande ano turístico" em 2023, Francisco Calheiros apontou que este é "um acordo que foi muito discutido, muito trabalhado".

"As grandes linhas ainda estão todas muito sinuosas; a guerra teima em continuar, a espiral inflacionista também, e portanto, o acordo que estamos hoje aqui a assinar, conforme já foi dito, não é o acordo ideal, mas é o acordo possível", apontou.

Para o presidente da CTP, falta uma "revisitação, logo que possível, da carga fiscal", seja para empresas e famílias, ainda que tenha destacado que no acordo hoje assinado haja "muitos pontos que são positivos para o aumento da produtividade, dos rendimentos e da competitividade".

Também o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, salientou que "algumas áreas da fiscalidade têm de ser mais aprofundadas".

"O peso da carga fiscal sobre as empresas é muito grande e, neste momento, não pensamos que o que fizemos tenha sido suficiente", defendeu João Vieira Lopes, que disse que o acordo foi positivo e "mais um passo" na construção de soluções positivas e de consenso.

O secretário-geral da União Geral de Trabalhadores (UGT), Mário Mourão, reconheceu que a espiral inflacionista e o aumento das taxas de juro na habitação exigiram o regresso à mesa de negociações, depois de o rendimento disponível dos trabalhadores e das suas famílias se ter reduzido.

"Em conjunto com o Governo e os restantes parceiros sociais, reforçarmos os compromissos de há um ano", apontou Mário Mourão, que registou que a UGT "saúda este reforço que terá uma tradução direta na melhoria das condições de vida dos trabalhadores".

Por fim, o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Álvaro Mendonça e Moura, registou que o acordo "lança as bases de uma redução" da disparidade que o setor agrícola português enfrenta face ao espanhol, depois de "um ano terrível" marcado por secas.

"Creio que permite efetivamente contribuir para a melhoria do rendimento dos agricultores a curto, mas também a médio prazo e lançar as bases para uma Política Agrícola Comum aplicada em Portugal de uma forma mais competitiva, mas também mais atenta às necessidades ambientais" afirmou.