A Câmara de Reguengos de Monsaraz "repudia veementemente os desacatos e a violência" ocorridos na última sexta-feira num bar e diz ser crucial que se “identifiquem os infratores e sejam abertos os respetivos inquéritos, para se fazer justiça”, lê-se no comunicado a que a Renascença teve acesso.

A autarquia manifesta “total e profunda solidariedade para com todos aqueles que sofreram danos, quer na sua integridade física, quer com a perda de bens”, aproveitando para dar conta do seu descontentamento pela diminuição de efetivos nos Postos Territoriais da GNR de Reguengos de Monsaraz e de Telheiro.

“Apesar da extrema gravidade dos factos, os mesmos foram pontuais e fizeram transparecer, sem margem para quaisquer dúvidas, a falta de efetivos do Posto Territorial da Guarda Nacional Republicana (GNR) de Reguengos de Monsaraz, bem como a falta de meios desta força de segurança”, relata.

Segundo o município alentejano, a diminuição do número de efetivos verifica-se “há mais de uma década”, sempre com “a firme e constante oposição da autarquia manifestada junto da tutela da Administração Central nos sucessivos Governos.”

“Em 2009”, recorda o comunicado, “encontravam-se ao serviço cerca de 40 militares no Posto Territorial de Reguengos de Monsaraz e 6 militares no Posto de Telheiro e, em 2019, encontravam-se afetos ao Posto de Reguengos de Monsaraz, 24 militares e ao Posto de Telheiro, 5 militares”, sem ter em conta folgas, férias e faltas.

Por consideraram que o número de efetivos “não correspondia às expetativas e às necessidades da população”, os órgãos municipais enviaram, em 2019, uma moção ao Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, que “não obteve qualquer resposta.”

O histórico das diligências efetuadas nos últimos anos no concelho, compreende também a assinatura de um protocolo entre o município e o Ministério da Administração Interna, em 2013, para a cedência de edifícios: um para para a instalação do Posto da GNR de Telheiro e outro que permitisse a deslocação da sede do Destacamento Territorial de Reguengos de Monsaraz para um prédio a reabilitar, com melhores condições e equipamentos.

O protocolo foi homologado, mas “o Ministério da Administração Interna decidiu, de forma unilateral, não avançar com este investimento”, lembra o documento.

A necessidade de garantir a segurança de pessoas e bens, levam o município a solicitar, “uma vez mais”, uma audiência, “com caráter de urgência”, ao ministro Eduardo Cabrita.

O objetivo é o mesmo de há anos a esta parte: “garantir um reforço de efetivos e de meios nos Postos Territoriais da Guarda Nacional Republicana de Reguengos de Monsaraz e de Telheiro, bem como o de garantir a concretização do investimento previsto em instalações adequadas para estes militares da GNR.”

“Não obstante o concelho de Reguengos de Monsaraz ser um território com baixo índice de criminalidade e o episódio de violência ocorrido em 16 de julho ter sido pontual, é necessário garantir a ordem e a tranquilidade públicas e a segurança e a proteção dos munícipes e dos seus bens”, declara a autarquia do distrito de Évora.