“Proteger toda a vida cria a paz”. É o tema da edição de 2021 dos “Dez dias pela paz”, iniciativa de oração que a Igreja Católica no Japão promove todos os anos, entre 06 e 15 de agosto, em memória das vítimas dos bombardeamentos atómicos de Hiroshima e Nagasaki, ocorridos respetivamente no dia 6 e 9 de agosto de 1945.

O tema deste ano foi anunciado pelo presidente da Conferência Episcopal do Japão (CBCJ) e bispo de Nagasaki, D. Joseph Mitsuaki Takami, sublinhando tratar-se do mote da Viagem Apostólica do Papa Francisco ao Japão, em novembro de 2019.

De acordo com o prelado, citado pelo portal de notícias do Vaticano, atualmente a paz e a estabilidade da comunidade internacional estão sujeitas a muitas ameaças: os conflitos armados, as dificuldades vividas pelos refugiados em todo o mundo e as tensões entre os Estados Unidos e a China que estão a provocar “uma nova guerra fria”.

Neste contexto, sublinha o bispo de Nagasaki, “não podemos deixar de exortar os países a continuarem os seus esforços a favor do diálogo paciente, a fim de construir melhores relações”.

D. Joseph Mitsuaki Takami assinala ainda que embora o “Tratado de Proibição de Armas Nucleares” tenha entrado em vigor em 22 de janeiro, “ainda há países que não o ratificaram”, incentivando, por isso, o maior número possível de Estados a fazê-lo, porque “as armas de destruição em massa ameaçam a paz”.

Num outro plano, o prelado alerta também os efeitos da pandemia de Covid-19 no mundo e para a falta de vacinas em países pobres, facto que coloca “em maior risco a vida e as condições sociais das populações”.

Neste sentido, o presidente da Conferência Episcopal do Japão exorta à solidariedade internacional, destacando que as nações devem “ajudar-se e apoiar-se”, porque devemos “respeitar a dignidade da vida da mesma forma para todos, aprofundando a confiança mútua como irmãos e irmãs”.

A iniciativa “10 dias pela paz” foi criada pela Igreja Católica em 1982, um ano após a visita de São João Paulo II a Hiroshima.