O Papa dedicou a catequese desta quarta-feira ao valor da oração cristã, que considera algo mais do que a mera meditação.

“Todos nós temos necessidade de meditar, de refletir, de nos encontrarmos a nós mesmos. Especialmente, no voraz mundo ocidental, as pessoas procuram a meditação porque ela representa uma barreira elevada contra o stress diário e o vazio que se alastra por toda a parte”, considerou.

“Eis, então, a imagem de jovens e adultos sentados em recolhimento, em silêncio, com os olhos meio fechados... O que fazem estas pessoas? Meditam”.

Francisco reconhece que a meditação “é um fenómeno que deve ser encarado de modo favorável”, mas "apercebemo-nos de que esta palavra, quando é aceite no contexto cristão, assume uma especificidade que não deve ser cancelada.”

O Papa explica que “a grande porta por onde passa a oração de uma pessoa batizada é Jesus Cristo”, por isso, a meditação do cristão “não aspira à plena transparência de si, nem procura o núcleo mais profundo do seu ego”, diz Francisco.

“A oração do cristão é, antes de mais nada, um encontro com o Outro com ‘O’ maiúsculo. Se uma experiência de oração nos dá paz interior ou autodomínio ou lucidez no caminho a empreender, estes resultados são, por assim dizer, efeitos colaterais da graça da oração cristã, que é o encontro com Jesus”, esclarece.

Nesta catequese, transmitida a partir da biblioteca apostólica, o Papa sublinhou ainda que “Cristo não está longe, mas sempre em relação connosco”. E que “cada momento da vida terrena de Jesus, através da graça da oração, pode tornar- se contemporâneo para nós”.

Ou seja, “para nós cristãos, meditar é um modo de encontrar Jesus; e assim, só assim, de nos encontrarmos a nós mesmos.”