O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, disse esta sexta-feira que o consumidor vai sentir o impacto da descida do IVA na restauração de duas maneiras: na redução dos preços e, nalguns casos, na melhoria da qualidade. Mas nos cafés e nos restaurantes diz-se que os clientes vão sentir pouca diferença.

“Não temos condições para baixar os preços ao consumidor." É a resposta de Celeste Oliveira, proprietária de um café e confeitaria em Vila Nova de Gaia. A resposta é repetida à reportagem da Renascença noutros estabelecimentos, no dia em que o IVA desce de 23% para 13% num conjunto alargado de produtos no sector da restauração.

“Não podemos baixar porque a restauração está a passar uma crise um bocadinho forte e isto é um incentivo para muitos não fecharem portas”, explica a comerciante, reconhecendo que os preços para os clientes subiram quando o IVA aumentou.

"Ainda não conseguimos superar o aumento tão forte [do imposto] para a restauração e esperamos que esta descida nos ajude a levantar um bocadinho, nem que seja o ânimo”, diz Celeste.

Noutro estabelecimento similar, nas imediações do primeiro, Cristina Costa conta que na casa onde trabalha, “quando o IVA subiu, isso não se reflectiu nos preços ao cliente" e, assim, "os preços também não vão descer agora”.

“Temos que recuperar as perdas que tivemos”, afirma. Cristina acredita que os clientes “não estão a contar com alteração de preços, porque há uma consciência generalizada da situação”.

Alguns clientes confirmam esta expectativa. “Acho que se vai manter tudo igual”, diz Paulo Andrade, antes de pagar o café. “Não deve haver margem para eles descerem os preços, a não ser nas grandes empresas."

A ideia é partilhada por Cláudia Trigo, que não vê que “a descida do IVA seja suficiente para baixar o preço pago pelos clientes”. “E seria uma descida diminuta”, conclui.

O preço da meia de leite ou da torrada à mesa do café não vai baixar em grande parte dos estabelecimentos de restauração.

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