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Dia 2 da Web Summit. Cristina Ferreira, táxis aéreos e aviões que voam sozinhos

15 nov, 2023 - 20:06 • Daniela Espírito Santo

Vislumbramos o futuro em mais um dia de uma Web Summit profundamente virada para a Inteligência Artificial.

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Se, em 2022, os assuntos mais badalados da Web Summit (WS) foram o metaverso e os NFTs, este ano o que mais se fala é de Inteligência Artificial (IA)...até mesmo quando não se fala. Foi o caso de Cristina Ferreira, que assumiu rejeitar a tecnologia, mas que deixou a sua visão sobre o papel que as redes sociais estão a tomar na nossa inteligência. Pelo caminho, e num discurso em português, ainda teve o mérito de não ignorar a polémica que levou ao afastamento de Paddy Cosgrave da WS e à sua substituição por Katherine Maher que, esta quarta-feira, deu a sua primeira conferência de imprensa.

"É preciso usarmos cada vez mais a inteligência e deixarmos de ser artificiais", pediu a apresentadora, que, imaginamos, teria ficado mais descansada caso tivesse assistido, no palco principal, à intervenção de Cassie Kozyrkov. A cientista de dados garantiu que "ser humano não vai ficar fora de moda" e que a IA apenas se trata de uma ferramenta que poderá ajudar a executar o pensamento criativo de quem a utiliza... As profissões do futuro passarão, portanto, por "tomar decisões", ser criativo, comunicar, desenhar, resolver problemas e colaborar.

E colaborar foi exatamente o que a empresa Skydweller Aero e o Banco Europeu de Investimento prometeram fazer ao assinar, em plena Web Summit, um acordo que vai permitir à Europa ter aviões a energia solar que voam sozinhos. Ainda pelos ares, a Airbus também falou de aviões a hidrogénio, no mesmo painel em que outra empresa assegurava táxis aéreos a funcionar em Roma e Paris já no próximo ano.

As inovações não chegam, no entanto, a todos os lugares e a ONU está preocupada que o mesmo aconteça no caso da IA. Em Lisboa, esta quarta-feira, o responsável do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento questionou a representatividade de plataformas baseada em inteligência artificial e “machine learning”, devido à falta de dados sobre regiões pobres do planeta. Também a possibilidade de "shutdowns" foi abordada, num cenário ocidental onde se dá a Internet como garantida... mas será que devíamos?

Entre a regulação (ou não) da IA e os seus perigos para o jornalismo - bem como o impacto que pode ter - uma constante: esta é uma tecnologia poderosa e quem a utiliza tem de o fazer de forma consciente. É o que defende a presidente da Signal que, ao contrário da colega Cassie Kozyrkov, não está tão segura que a IA não irá acabar com muitos empregos.

Finalmente, e de Lisboa para o Rio de Janeiro, no palco central estiveram os presidentes das duas câmaras municipais, que trocaram elogios, inspirações e aspirações. “Queremos ser Lisboa amanhã”, disse o prefeito, numa dos raros momentos em que se falou português naquele palco.

A Web Summit 2023 termina na quinta-feira e a Renascença vai continuar a acompanhar ao detalhe o que se passar nos diferentes palcos... sem recorrer ao ChatGPT. Acompanhe tudo aqui.

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