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Doença Machado-Joseph associada a danos na "reciclagem" de células

26 set, 2016 - 13:11

Com grande prevalência nos Açores, a doença é incurável, fatal e hereditária, sendo caracterizada pela descoordenação motora, atrofia muscular, rigidez dos membros, dificuldades na deglutição, fala e visão.

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Uma equipa de investigadores, coordenada pelo Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC), descobriu que danos na "reciclagem’"(autofagia) das células estão associados à doença Machado-Joseph.

A descoberta foi feita no âmbito de uma “investigação de células da derme de doentes, que se podem revelar eficazes para testar medicamentos”, revela a UC, numa nota hoje divulgada.

O estudo, já publicado na “Scientific Report”s, investigou as células da derme (fibroblastos), localizadas na camada intermédia da pele, em pessoas com a doença Machado-Joseph seguidos no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, e em indivíduos saudáveis.

A comparação dos dois grupos revelou que “o processo de ‘reciclagem’ (autofagia) dos elementos tóxicos das células se encontra afectado nos pacientes” com doença Machado-Joseph, salienta a UC.

Luís Pereira de Almeida, coordenador do estudo, explica que “os resultados sugerem que os fibroblastos constituem formas acessíveis de testar medicamentos para a doença Machado-Joseph, acelerando a transição da investigação para a clínica”.

A equipa “conseguiu ainda activar laboratorialmente a autofagia como tentativa de solucionar parcialmente os impactos negativos da doença Machado-Joseph a nível celular”, acrescenta o investigador.

A doença Machado-Joseph é causada pela “repetição desnecessária de ‘tijolos’ na construção genética responsável pelo funcionamento do corpo. A acumulação de ‘tijolos’ tem efeitos tóxicos que conduzem à morte de neurónios, através de um modo pouco conhecido”, refere a UC.

O estudo permitiu verificar que a severidade da doença se encontra ligada ao “número crescente de ‘tijolos’ repetidos, algo que já tinha sido provado pela comunidade científica”.

Com grande prevalência nos Açores, a doença Machado-Joseph é incurável, fatal e hereditária, sendo caracterizada pela descoordenação motora, atrofia muscular, rigidez dos membros, dificuldades na deglutição, fala e visão, associadas a um progressivo dano de zonas cerebrais específicas.

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  • adelmo luiz correa
    04 out, 2016 Brasil 21:31
    Prá mim, esses portugueses só lançam essas noticias como i ntuito de conseguir verba. Falaram da cafeina, do citalopram, do resveratrol e nada ficou comprovado. Tenho a doença e estou a disposição para testes. Por enquanto o meu conceito é de que esses pseudo cientistas, são embusteiros. Me provem o contrario.

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