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Montenegro acusa Governo de tratar agricultura “com desdém”

10 out, 2022 - 18:49 • Rosário Silva

Líder social-democrata reuniu-se com agricultores alentejanos no âmbito do programa “Sentir Portugal” que está esta semana no distrito de Évora.

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O presidente do Partido Social Democrata (PSD) acusou o Governo, esta segunda-feira, de tratar a agricultura “com desdém”.

Luis Montenegro falava aos jornalistas, depois de um encontro com agricultores do concelho de Reguengos de Monsaraz, que esperam há anos pela construção da segunda fase do bloco de rega, inserido no Circuito Hidráulico de Reguengos de Monsaraz, para que a água possa chegar às suas terras.

“A partir daqui, de Reguengos de Monsaraz, é preciso que o Governo deixe de tratar a agricultura portuguesa com o desdém e com o afastamento com que o tem feito nos últimos anos”, afirmou o líder do principal partido da oposição.

Luís Montenegro iniciou mais uma semana no âmbito do programa “Sentir Portugal” que, até sexta-feira, dia 14 de outubro, o levará a percorrer os 14 concelhos do distrito de Évora.

“O que preocupa estes agricultores é o facto de terem uma grande infraestrutura à sua disposição, o Alqueva, e não terem um bloco de rega que possa ser-lhes útil, para poderem usufruir deste investimento”, lamentou.

O presidente do PSD constata o que diz ser “uma ausência de estratégia por parte do Ministério da Agricultura”, assim como uma enorme “incapacidade de diálogo, até com o poder municipal”.

Por isso, afirmou, “queria daqui lançar, um alerta, um repto, para não dizer mesmo um grito de ajuda em nome dos agricultores portugueses para que o Ministério da Agricultura deixe de estar tão embrulhado em democracia, deixe de estar tão preocupado em ofender os agricultores e possa trazer ao dia-a-dia de cada um, o potenciar da atividade, porque precisamos de ter um setor agrícola pujante”.

Depois de ouvir os agricultores alentejanos, Montenegro sublinhou que “não pode haver filhos e enteados”, por isso, quer “dar voz a quem tem uma voz menos forte”, já que tem essa “obrigação política e moral de dar voz a esse sentimento e exortar o governo português de que não é preciso investir apenas e só nos grandes centros onde há votos e muitos votantes”, mas é “preciso investir em todo o país e lutar contra o despovoamento”.

Em maio deste ano, numa visita da Ministra da Agricultura ao concelho alentejano, Maria do Céu Antunes, assumiu o compromisso de que o Circuito Hidráulico de Reguengos de Monsaraz, nomeadamente a segunda fase do bloco de rega, deverá ficar “totalmente executado e os agricultores desta região demarcada terão água nos hidrantes até final de 2025”.

Antes, porém, é necessário que o concurso entretanto lançado não fique deserto. De acordo com Luís Montenegro, “este poderá ter um desfecho esta semana”, o que seria “para mim uma alegria enorme”.

“Infelizmente, não estou muito otimista”, referiu logo em seguida, reconhecendo que “esse problema existe”, ao mesmo tempo que pediu “à entidade promotora do concurso”, mais “agilidade” na condução dos processos.

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