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Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia

"Nunca houve um ato eleitoral posto em causa pelos polícias"

06 fev, 2024 - 01:47

Presidente do SNOP diz acreditar que o setor vai manter-se unido e protestar “dentro dos limites de ética e de dever”.

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O presidente do Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia (SNOP), Bruno Pereira, considera excessiva a possibilidade de um boicote às eleições legislativas de 10 de março, por parte das forças de segurança.

Para Bruno Pereira, as declarações do presidente do Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol), Armando Ferreira, não foram bem interpretadas.

Em declarações à CNN Portugal, o sindicalista considera que foi um alerta para o silêncio do Governo quanto às reivindicações das forças de segurança.

Bruno Pereira adverte que a "omissão" do executivo poderá provocar "uma contaminação para movimentos inorgânicos intervirem e poderem contaminar aquilo que possam ser espaços menos éticos ou limites vermelhos”.

O presidente do SNOP diz acreditar que “os polícias vão manter-se-ão unidos e coesos e a protestar dentro daquilo que são limites de ética e de dever”.

“Não houve em momento algum, dentro do que eu me recordo, qualquer ato eleitoral posto em causa, ou qualquer situação fundamental do Estado de Direito, em que os polícias não tenham sabido assumir esse dever. Não será agora que o irão fazer”, reitera.

O Governo de gestão diz que não tem legitimidade para atender às reivindicações das forças de segurança. Na entrevista à CNN Portugal, o presidente do Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia, defende que o executivo de António Costa já podia ter tomado essa decisão.

"Se estava em plenitude de funções, porque não o fez? Deveria ter contemplado as forças de segurança e não o fez. Essas explicações ainda estão para dar”, afirma Bruno Pereira.

Já num comentário aos militares da GNR que apresentaram baixa médica, neste passado fim-de semana, o presidente do Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia não deixa de estranhar a situação, mas acredita que esses agentes de segurança terão tido os seus motivos.

"Eu admito que haja alguma estranheza relativamente a uma baixa massiva de várias dezenas de polícias. Agora, também admito que a incapacidade que tem de ser validada por uma autoridade de saúde, não há autodeclarações de baixas médicas, tem de ser validada por um médico. Portanto, a ter de ser feita essa avaliação por parte da Inspeção Geral da Administração Interna, em conjugação com a Inspeção Geral da Saúde, então terá de se apurar se efetivamente existem baixas fraudulentas", sustenta.

Os militares da GNR que apresentaram baixa médica, nos últimos dias, foram chamados, esta segunda-feira, a centros clínicos em Lisboa e no Porto.

No passado sábado, o presidente do Sinapol disse que “quem transporta os boletins e urnas de voto são as forças de segurança e, se acontecer nesse dia algo semelhante ao que está a acontecer hoje [falta de policiamento em jogos de futebol] , as coisas podem ganhar uma dimensão maior”,

"Eu temo que se calhar o senhor primeiro-ministro não vai ficar em funções só até 10 de março", acrescentou Armando Ferreira, na CNN Portugal.

Esta segunda-feira, o primeiro-ministro, António Costa, repudiou as palavras do presidente do Sinapol sobre eventual perturbação das eleições legislativas e afirmou acreditar que jamais as forças de segurança farão um ato desses de traição à democracia, numa carta de resposta dirigida ao porta-voz da plataforma sindical e presidente do Sindicato Nacional de Oficiais de Polícias, Bruno Pereira.

Sobre a reivindicação de um subsídio de missão como aquele que recebeu a Polícia Judiciária, nessa mesma carta de resposta, António Costa diz que o Governo de gestão não tem legitimidade para tomar uma medida com impacto orçamental permanente e duradouro.

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