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Autoridade Marítima faz plano de contingência e monitoriza plástico em praias espanholas

10 jan, 2024 - 18:10 • Lusa

"Para já, os cálculos não dão indicação de que os plásticos possam vir para Portugal. Mas isso não quer dizer que a situação não mude, dentro de dias ou horas", diz porta-voz da AMN.

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A Autoridade Marítima Nacional (AMN) disse nesta quarta-feira que está a monitorizar as partículas de plástico que deram à costa em Espanha, tentando antecipar uma eventual deslocação para Portugal, e a preparar um plano de contingência para remover o material.

"A Autoridade Marítima, em colaboração com o Instituto Hidrográfico da Marinha, está a monitorizar a situação dos plásticos que deram à costa na Galiza e a fazer cálculos de deriva para, com base no vento, ondulação e correntes, tentar saber com a maior antecedência possível a probabilidade de chegarem a Portugal", explicou à Lusa o porta-voz da AMN e da Marinha.

Por outro lado, a AMN está a "preparar um plano de contingência, no âmbito do plano Mar Limpo, para remover as partículas de plástico caso cheguem à costa portuguesa".

Esta ação está a ser desenvolvida "com outras entidades, como autarquias e órgãos da Proteção Civil", acrescentou o porta-voz.

"Para já, os cálculos não dão indicação de que os plásticos possam vir para Portugal. Mas isso não quer dizer que a situação não mude, dentro de dias ou horas", explicou.

As Capitanias de Viana do Castelo e Caminha, "onde há maior probabilidade de as partículas chegarem", estão com "especial atenção" à costa, afirmou.

Não há confirmação de origem do material

O porta-voz referiu também que a AMN "não tem a confirmação" de que os "pellets" de plástico que estão a aparecer nas praias do Norte de Espanha sejam do barco que, a 8 de dezembro, perdeu carga "a 40 milhas (cerca de 75 quilómetros) de Viana do Castelo".


"Quando o barco perdeu a carga, não soubemos o que transportava, apenas que caíram seis contentores. Também não temos a confirmação de que o material que apareceu em Espanha seja do mesmo navio", observou.

Quando os contentores caíram ao mar, a ANM emitiu avisos, nomeadamente à navegação.

"Quando um contentor cai na água, 90% fica abaixo da linha de água e é difícil de ver, tanto visualmente como por radar", afirmou.

Depois, a AMN deu "indicações à Capitania de Viana do Castelo para deslocar uma embarcação salva vidas ao local, mas os contentores não foram vistos".

Segundo informações divulgadas pelo governo espanhol, o armador do barco que perdeu contentores em águas portuguesas disse que caíram ao mar mais de mil sacos com cerca de 26,2 toneladas de bolas com cerca de cinco milímetros de diâmetro, usadas para fabricar plásticos e que estão a dar à costa no norte de Espanha.

Bruxelas fala em "ameaça para o ambiente e pesca"

A Comissão Europeia considerou nesta quarta-feira uma ameaça para o ambiente e a pesca as 25 toneladas de minúsculas bolas de plástico que caíram ao mar nas águas portuguesas e estão a dar à costa no norte de Espanha.

As regiões do Norte de Espanha, da Galiza ao País Basco, ativaram ou elevaram na terça-feira alertas ambientais por causa de toneladas de minúsculas bolas de plástico que caíram ao mar em dezembro em águas portuguesas.


O Ministério Público espanhol anunciou na segunda-feira que abriu uma investigação para apurar eventuais responsabilidades.

Segundo informações fornecidas pelo Ministério do Ambiente de Espanha aos meios de comunicação locais, um cargueiro com bandeira da Libéria perdeu seis dos contentores que transportava em 08 de dezembro em águas portuguesas, a 80 quilómetros de Viana do Castelo.

Um desses contentores, segundo o Governo espanhol, que cita o armador do barco, levava mil sacos dessas pequenas bolas brancas usadas na fabricação de plásticos.

Foi no final da semana passada que começaram a chegar à costa espanhola, em quantidade, as bolas de plástico dispersas, fora de sacos, com as organizações ambientais e os jornais locais a falarem em "invasão dos areais" por este material e em "areais pintados de branco".

Não sendo biodegradáveis, estas pequenas bolas, com os anos, fragmentam-se em nanopartículas, microplásticos que entram na cadeia alimentar marinha.

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