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Bens de consumo. Preços podem subir dentro de um mês devido à crise no Mar Vermelho

19 jan, 2024 - 07:48 • Hugo Monteiro , Ana Fernandes Silva , Olímpia Mairos

O preço do aluguer dos contentores que seguem a bordo de cargueiros que navegam na região está em alta.

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Os preços de vários bens de consumo poderão subir dentro de três a quatro semanas. Roupa, computadores e material tecnológico são produtos que poderão ficar mais caros devido à crise no Mar Vermelho.

Em causa está o aumento do preço do aluguer dos contentores que seguem a bordo de cargueiros que navegam na região.

O diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), Gonçalo Lobo Xavier, diz que se o quadro de ataques de rebeldes Huthis se mantiver, dentro de menos de um mês, alguns produtos podem ficar mais caros.

“Esta situação está a ter como consequência direta o aumento do preço dos contentores, mas a nível mundial. O que nos sinalizam é aumentos entre 10 por cento e 20 por cento no preço dos contentores. E isso terá consequência nos fretes”, explica.

"No imediato, não estamos a sentir aumentos de preços por via dos produtos que estamos a vender e que iremos vender nas próximas semanas”, sublinha.

Nestas declarações à Renascença, o diretor-geral da APED sublinha que “o consumidor não vai sentir, no imediato, um aumento de preços por via desta situação”, advertindo, no entanto, que “poderá vir a sentir se a situação permanecer”.

“É natural que isso seja refletido nas mercadorias que iremos vender dentro de três a quatro semanas”, realça Lobo Xavier.

No entanto, os produtos alimentares não deverão sofrer alterações no preço. A acontecer, o setor mais afetado será o do chamado retalho especializado.

Segundo Gonçalo Lobo Xavier as “áreas da eletrónica, informática, alguns materiais de apoio, mesmo o têxtil, serão as mais atingidas por esta situação”.

“No caso do retalho alimentar é relativamente residual em termos de produtos. Não há de maneira nenhuma falha de produtos nos nossos retalhistas até porque o que pode haver é alguns atrasos em produtos muito específicos, como peixe congelado, que virá daquelas paragens”, assinala.

No entanto, não há, por enquanto, rutura de "stocks".

“É bom que o consumidor sinta segurança, porque não há, neste momento, qualquer perigo de rotura de produto. O que há é o mercado global a ressentir-se com alguns atrasos e naturalmente o preço dos fretes e dos contentores aumentar por via desta situação”, explica.

Para Gonçalo Lobo Xavier, era bom que a crise no Mar Vermelho se resolvesse “porque prolongar demasiado tempo esta indefinição demora depois muito tempo a recuperar”.

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