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"Há linhas que são inegociáveis”. PAN vê "retrocesso" num possível Governo AD

12 mar, 2024 - 18:17 • Ricardo Vieira

Inês Sousa Real foi recebida esta terça-feira pelo Presidente da República, que começou a receber os partidos após as eleições legislativas.

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A solução que saiu das eleições legislativas, com a vitória da AD, é um "retrocesso" e “não acompanha os valores do PAN”, disse esta terça-feira a porta-voz do partido.

Inês Sousa Real falava aos jornalistas após uma reunião com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que começou a receber os partidos com assento parlamentar.

A líder do PAN traçou linhas vermelhas em relação a apoios ao novo Governo e fechou, praticamente, a porta a entendimentos com a AD, de Luís Montenegro.

“Essa questão terá que ser analisada pela nossa comissão política nacional, mas, tendo em conta o compromisso do PAN com o seu ideário, há linhas que são inegociáveis”, declarou.

Inês Sousa Real considera “muito difícil que a AD se aproxime dos valores do PAN”.

“Teremos que aguardar para perceber qual será a formação governativa que vai sair. Até dia 20 teremos oportunidade de conhecer isso mesmo”, salientou.

Questionada sobre a posição do PAN relativamente a um eventual Orçamento Retificativo ou ao próximo Orçamento do Estado, Inês Sousa Real considera que a AD significa “retrocesso” em matérias essenciais para o partido Pessoas-Animais-Natureza.

"A tentação, se for Montenegro a formar Governo, é haver um Orçamento Retificativo, quando dentro da AD e dentro do Chega já foi assinalado que há matérias em que querem retroceder, ir contra o progresso civilizacional, contra o trabalho que o PAN fez nas últimas legislaturas. Falo do IVA das touradas, transferência de competências na proteção animal, igualdade de género”, defendeu.

Sousa Real promete ser fiel ao seu eleitorado e garante que “o PAN jamais renunciará aos nossos valores”.

“Um Orçamento que ponha em causa estes valores é um Orçamento ou um programa de Governo que contará com o voto contra do PAN”, sublinhou.

Inês Sousa Real considera que, "tendo em conta o risco iminente que o país corre de ver retroceder e de não estarmos perante uma aliança progressista no nosso país", a "solução que saiu das urnas não acompanha os valores que o PAN defende".

"O PAN não pode defraudar o seu ideário nem o voto de confiança que os eleitores nos deram e não podemos acompanhar propostas que ponham em causa os direitos das mulheres. Mais de 75% do eleitorado do PAN são mulheres", frisou a líder do partido.

A porta-voz do PAN lamentou também que o Presidente da República tenha começado a ouvir os partidos políticos quando ainda falta atribuir os quatro deputados eleitos pelos círculos da emigração.

“Lamentamos que estas reuniões estejam a decorrer sem que esses resultados sejam conhecidos, tendo em conta um potencial empate técnico entre PS e PSD”, afirmou Inês Sousa Real.

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  • EU
    12 mar, 2024 PORTUGAL 20:06
    Chamar a este TIPO de Política, democracia, é insultar quem de facto é democrata. Dizer que o UNIVERSO de TRÊS MILHÕES de votantes são OBSOLETOS ou ULTRAPASSADOS, é o pior insulto que Esta Senhora pode dirigir a quem há CINQUENTA ANOS lhe DEU um País LIVRE e DEMOCRÁTICO, não por Decreto Lei, mas por VONTADE desinteresseira e sem LINHAS VERMELHAS. Num País democrático o RESPEITO pelo OUTRO é a COISA mais bela que pode existir. Esta Senhora não tem respeito pela DEMOCRACIA.

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