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PAN e Livre vão entrar para “os Verdes” europeus

04 jun, 2023 - 08:28 • Tomás Anjinho Chagas

Partidos estiveram este fim-de-semana no Congresso do Grupos dos Verdes em Viena para oficializar entrada. Os dois partidos ambicionam eleger nas europeias do próximo ano.

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O PAN e o Livre estiveram representados este fim-de-semana no Congresso Extraordinário dos Verdes europeus, em Viena, para se juntarem a este que é atualmente o quarto maior grupo político do Parlamento Europeu.

Em contagem decrescente para as eleições europeias, que decorrem em junho do próximo ano, PAN e Livre alinham-se com os Verdes, fortemente comprometidos com causas ecologistas, climáticas, e de esquerda progressista.

PAN tenta “recuperar” lugar

“Sendo o PAN a força ambientalista em Portugal, houve uma componente identitária com os vários partidos que compõem esta família e que partilham esta agenda”, justifica a recém-reeleita porta-voz do partido em declarações à Renascença.

O PAN até já conseguiu eleger um eurodeputado, nas últimas eleições europeias de 2019, mas Francisco Guerreiro (que faz atualmente parte da família política d’Os Verdes) abandonou o partido no ano seguinte alegando “divergências políticas” com a direção, na altura encabeçada por André Silva. Agora, Francisco Guerreiro segue em pista própria e até já anunciou que se vai filiar no Volt quando terminar o mandato.

“Para nós é muito importante podermos beneficiar da experiência dos outros partidos, tendo em conta até que não nos foi possível resgatar o lugar que o PAN conquistou e que não nos foi devolvido”, critica discretamente Inês Sousa Real, que se diz confiante em conseguir eleger um eurodeputado no próximo ano “tendo em conta as últimas sondagens”.

Quem será o cabeça de lista? “Ainda é muito cedo” para ter a decisão fechada, diz a porta-voz do PAN, relembrando que o partido teve agora um congresso eletivo, e que esse tipo de debates vai voltar a ter espaço nos próximos meses.

Entrar numa família política significa solidificar a presença política no Parlamento Europeu. Em Estrasburgo, as votações são maioritariamente calculadas em função dos votos de cada grupo político, que dá indicações aos seus eurodeputados (que não são vinculativas, ou seja, não há uma verdadeira disciplina de voto), mas que são normalmente acatadas.

Sousa Real antevê que vai ser “positivo ter uma sinergia e uma estratégia conjunta com os partidos congéneres do ponto de vista ambiental” e quer também ganhar influência em Bruxelas.

Livre quer estrear-se na Europa e ser “a voz da esquerda europeia” em Portugal

A decisão de pedir para se juntar aos Verdes europeus “está tomada desde a fundação do partido”, garante Rui Tavares. Só faltava a representação parlamentar para o fazer. Depois de uma tentativa frustrada, onde Joacine Katar Moreira saiu em rota de colisão com o partido e se manteve como deputada não inscrita até ao final da legislatura, o Livre quer aproveitar a estabilidade interna para ganhar força lá fora.

Para o deputado único do Livre, a não-representação de eurodeputados portugueses nos Verdes trata-se de uma “lacuna”. À Renascença, Rui Tavares diz que quer ser “a voz do partido europeu” em Portugal e que este passo é “um sinal de modernidade política”.

“Acima de tudo achamos que é importante para o país. Por mais importante que seja para o partido, acho que ainda é mais importante para o país”, acredita Rui Tavares, que não nega que esta adesão também serve para “influenciar através dessas famílias, para que a Europa não se esqueça do ângulo português”.

Mas para isso, o Livre tem de conseguir eleger um eurodeputado nas europeias do próximo ano. Rui Tavares assume a meta como um objetivo pessoal e quer sonhar mais alto: “Que o Livre deixe o campeonato dos partidos pequenos, e entre no campeonato dos partidos médios”.

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