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OCDE avisa que continuação do conflito no Mar Vermelho pode aumentar inflação

05 fev, 2024 - 11:12 • Lusa

No entanto, adverte que "tal como se viu durante a pandemia e nas suas consequências imediatas, os custos de envio mais elevados aumentarão os custos, especialmente de mercadorias".

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A OCDE estimou esta segunda-feira que o Índice de Preços no Consumidor (IPC) pode subir 0,4 pontos percentuais ao fim de um ano se a subida nos custos de transporte marítimo continuar, devido ao conflito no Mar Vermelho.

"A investigação da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento] sugere que o recente aumento de 100% nos custos de transporte, se persistir, poderá aumentar a inflação anual dos preços de importação da OCDE em cerca de cinco pontos percentuais", pode ler-se no relatório das projeções económicas intercalares publicado hoje.

A concretizar-se, segundo a organização, a estimativa é de mais 0,4 pontos percentuais na inflação dos países da OCDE, medida pelos preços no consumidor, após cerca de um ano.

A OCDE recorda que os ataques de huthis aos navios comerciais no Mar Vermelho levaram ao redirecionamento dos fluxos comerciais, tendo os custos e os prazos de entrega aumentado, especialmente no comércio da Ásia para a Europa.

"Isto já começou a perturbar os calendários de produção na Europa, especialmente para os fabricantes de automóveis. Cerca de 15% dos volumes do comércio marítimo global passaram pelo Mar Vermelho em 2022. A utilização de uma rota mais longa em torno do Cabo da Boa Esperança aumenta os tempos de viagem entre 30-50%, dependendo da rota em causa, e aumenta as necessidades globais de capacidade de transporte", alerta.

A organização com sede em Paris considera que a capacidade de oferta adicional este ano, refletindo novas encomendas mais fortes de navios porta-contentores após a pandemia, "deverá ajudar a dar resposta ao aumento da procura de transporte marítimo e às pressões moderadas sobre os custos".

No entanto, adverte que "tal como se viu durante a pandemia e nas suas consequências imediatas, os custos de envio mais elevados aumentarão os custos, especialmente de mercadorias".

A OCDE alerta ainda que as tensões geopolíticas constituem um risco significativo a curto prazo para a atividade e a inflação, especialmente se o conflito no Médio Oriente perturbar os mercados energéticos.

"A persistência das pressões sobre os preços dos serviços também poderá gerar surpresas ascendentes em termos de inflação e desencadear uma reavaliação dos preços dos mercados financeiros, à medida que as expectativas de flexibilização da política monetária forem reavaliadas", refere.

Para a organização, o crescimento também poderá ser mais fraco do que o projetado se os efeitos persistentes dos anteriores aumentos das taxas diretoras forem mais fortes do que o esperado.

A OCDE prevê que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global diminua para 2,9% em 2024, de 3,1% em 2023, antes de recuperar para 3% em 2025, à medida que as condições financeiras melhoram.

Recomenda ainda que a política monetária continue restritiva na maioria das principais economias durante "algum tempo", apesar de considerar que existe margem para reduzir as taxas de juro diretoras à medida que a inflação diminui.

A OCDE estimou esta segunda-feira que o Índice de Preços no Consumidor (IPC) pode subir 0,4 pontos percentuais ao fim de um ano se a subida nos custos de transporte marítimo continuar, devido ao conflito no Mar Vermelho.

"A investigação da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento] sugere que o recente aumento de 100% nos custos de transporte, se persistir, poderá aumentar a inflação anual dos preços de importação da OCDE em cerca de cinco pontos percentuais", pode ler-se no relatório das projeções económicas intercalares publicado hoje.

A concretizar-se, segundo a organização, a estimativa é de mais 0,4 pontos percentuais na inflação dos países da OCDE, medida pelos preços no consumidor, após cerca de um ano.

A OCDE recorda que os ataques de huthis aos navios comerciais no Mar Vermelho levaram ao redirecionamento dos fluxos comerciais, tendo os custos e os prazos de entrega aumentado, especialmente no comércio da Ásia para a Europa.

"Isto já começou a perturbar os calendários de produção na Europa, especialmente para os fabricantes de automóveis. Cerca de 15% dos volumes do comércio marítimo global passaram pelo Mar Vermelho em 2022. A utilização de uma rota mais longa em torno do Cabo da Boa Esperança aumenta os tempos de viagem entre 30-50%, dependendo da rota em causa, e aumenta as necessidades globais de capacidade de transporte", alerta.

A organização com sede em Paris considera que a capacidade de oferta adicional este ano, refletindo novas encomendas mais fortes de navios porta-contentores após a pandemia, "deverá ajudar a dar resposta ao aumento da procura de transporte marítimo e às pressões moderadas sobre os custos".

No entanto, adverte que "tal como se viu durante a pandemia e nas suas consequências imediatas, os custos de envio mais elevados aumentarão os custos, especialmente de mercadorias".

A OCDE alerta ainda que as tensões geopolíticas constituem um risco significativo a curto prazo para a atividade e a inflação, especialmente se o conflito no Médio Oriente perturbar os mercados energéticos.

"A persistência das pressões sobre os preços dos serviços também poderá gerar surpresas ascendentes em termos de inflação e desencadear uma reavaliação dos preços dos mercados financeiros, à medida que as expectativas de flexibilização da política monetária forem reavaliadas", refere.

Para a organização, o crescimento também poderá ser mais fraco do que o projetado se os efeitos persistentes dos anteriores aumentos das taxas diretoras forem mais fortes do que o esperado.

A OCDE prevê que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global diminua para 2,9% em 2024, de 3,1% em 2023, antes de recuperar para 3% em 2025, à medida que as condições financeiras melhoram.

Recomenda ainda que a política monetária continue restritiva na maioria das principais economias durante "algum tempo", apesar de considerar que existe margem para reduzir as taxas de juro diretoras à medida que a inflação diminui.

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