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OCDE revê em baixa crescimento económico em Portugal para 2,2% este ano

29 nov, 2023 - 10:35 • Lusa

Organização revê também em baixa previsões para a Europa.

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A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) reviu em baixa as previsões para a economia nacional, apontando agora para um crescimento de 2,2% para este ano, de 1,2% para 2024 e de 2% para 2025.

Estas previsões são abaixo das divulgadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que prevê um crescimento da economia portuguesa de 2,3% este ano e de 1,5% em 2024 e semelhantes às do Conselho das Finanças Públicas (CFP) de 2,2% para este ano.

"A baixa confiança das empresas e das famílias, o crescimento global modesto e a elevada incerteza estão a travar a atividade, embora o mercado de trabalho restritivo apoie o crescimento dos salários e o consumo privado e a implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) impulsione o investimento", destacou a OCDE, no relatório.

"Um reforço progressivo da procura externa apoiará as exportações em 2024-25", indicou.

A OCDE destacou ainda que "a dívida pública continuará a diminuir e descerá para menos de 100% do PIB em 2025", acrescentando que "uma despesa pública mais eficiente e um quadro orçamental reforçado contribuirão para fazer face às crescentes pressões sobre as despesas decorrentes do envelhecimento da população e das fortes necessidades de investimento".

Ainda assim, "apesar de uma diminuição constante, a dívida pública em relação ao PIB continua a ser elevada" alertou a OCDE, referindo que "é necessário um forte crescimento, despesas mais eficientes e um quadro orçamental reforçado" para "fazer face às crescentes pressões orçamentais decorrentes do envelhecimento da população e das necessidades de investimento".

OCDE volta a baixar previsões para a Europa, que demorará mais tempo a recuperar

A OCDE antecipa "uma aterragem suave" para o conjunto das economias avançadas, depois de constatar que as subidas das taxas de juro estão a produzir os efeitos desejados na contenção da inflação.

Os países emergentes deverão registar um desempenho globalmente mais dinâmico, o que vai permitir à economia mundial crescer 2,9% em 2023, abrandando em 2024 para 2,7%, antes de recuperar no ano seguinte para 3%.

Os Estados Unidos revelam-se mais fortes do que o previsto anteriormente, razão pela qual os autores do estudo preveem um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,4% este ano (duas décimas acima do previsto em setembro e três décimas acima do previsto em junho) e de 1,5% em 2024 (duas décimas acima do previsto em setembro).

O abrandamento previsto para os próximos meses na primeira potência mundial (como na grande maioria dos países do mundo) deverá conduzir a uma ligeira aceleração para atingir uma taxa de 1,7% em 2025.

A situação é menos favorável na zona euro: este ano, o crescimento, segundo a OCDE, limitar-se-á a uns escassos 0,6% (menos três décimas do que o previsto em junho), com uma quebra de atividade num país-chave como a Alemanha (-0,1%) e valores relativamente baixos em França (0,9%) e Itália (0,7%).

A surpresa da zona euro em 2023 é a Espanha, com um crescimento do PIB de 2,4%, o mais elevado do grupo, três décimos de ponto percentual acima do previsto em junho e uma décima de ponto percentual acima do previsto em setembro.

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