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Redes sociais: Quanto tempo passam os portugueses no Facebook, Twitter ou Instagram?

27 out, 2020 - 17:27 • Lusa

Portugal é o quinto país da União Europeia com maior utilização destas plataformas. Dados constam de um relatório divulgado este terça-feira pelo Centro Comum de Investigação (CCI).

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Os portugueses passam, em média, 129 minutos por dia nas redes sociais, sendo Portugal o quinto país da União Europeia (UE) com maior utilização destas plataformas e, por conseguinte, dos mais expostos a fenómenos como desinformação e propagação política.

Os dados constam de um relatório divulgado este terça-feira pelo Centro Comum de Investigação (CCI), o serviço científico interno da Comissão Europeia, sobre “Tecnologia e democracia”, realizado por investigadores comunitários para “compreender a influência das tecnologias digitais no comportamento político e na tomada de decisões”.

Segundo o documento, no ano passado, “48% dos cidadãos da UE utilizavam redes de sociais todos os dias ou quase todos os dias”, sendo que “o tempo médio diário de utilização - através de qualquer dispositivo - variou entre os 129 minutos por dia em Portugal e os 64 minutos na Alemanha”.

“As redes sociais tornaram-se uma característica omnipresente da vida”, já que através dessas plataformas digitais “é possível saber tudo, desde eventos familiares e aventuras de amigos a desenvolvimentos políticos, apenas verificando os murais do Facebook, Instagram ou Twitter”, assinala o CCI no relatório.

No que toca ao peso das redes sociais na utilização digital dos cidadãos da UE, Portugal ocupava em janeiro de 2020 o quinto lugar entre os Estados-membros que mais utilizavam estas plataformas, antecedido por Malta, Chipre, Eslovénia e Dinamarca, segundo os dados apresentados no documento.


De acordo com a mesma informação, entre julho de 2019 e julho de 2020, a quase totalidade (98,5%) da utilização das redes sociais em toda a UE assentava sobre cinco plataformas, todas elas norte-americanas: Facebook (75,66%), Pinterest (8,78%), Twitter (7,61%), Instagram (4,47%) e YouTube (1,14%).

Analisando estes dados bem como as suas consequências, o CCI chegou à conclusão, neste relatório, que “há provas científicas de que as redes sociais mudam o comportamento político das pessoas no ‘offline’, o que inclui o incitamento a comportamentos perigosos, tais como crimes de ódio”.

Isto porque foram “identificados quatro pontos de pressão que emergem quando as pessoas e o ambiente ‘online’ são postos em contacto sem grande controlo público ou governação democrática”, sendo eles economia da atenção, definições de escolha, algoritmo personalizado e as designadas ‘fake news’ (notícias falsas).

No que toca às ‘fake news’, o CCI explica que as redes sociais reúnem as “condições perfeitas para a propagação da desinformação”, desde logo por ali haver “algoritmos que promovem conteúdos atraentes” e “forte predisposição das pessoas para se orientarem para notícias negativas, uma vez que a maioria das notícias falsas tende a evocar emoções negativas tais como medo, raiva e indignação”.

Relativamente à política, os peritos alertam que “os espaços ‘online’ isolados podem funcionar como laboratórios que desenvolvem pontos de conversa extremistas”.

Reagindo a estas conclusões, a comissária europeia para a Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, Mariya Gabriel, observa em comunicado que as redes sociais podem, realmente, ser usadas para “difundir mensagens polarizadoras e informação enganosa, o que pode dificultar a capacidade de tomar decisões políticas informadas”.

Por isso, adianta que ser necessário “tomar as ações certas para salvaguardar um futuro participativo e democrático em benefício de todos os cidadãos europeus”.

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