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Eram seis, agora são 30 lobos-marinhos na Madeira

28 ago, 2018 - 19:48

Números das últimas três décadas mostram sucesso dos projetos de conservação da fauna local.

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Todos os projetos de conservação do lobo-marinho apresentados pela Madeira a entidades internacionais nos últimos 30 anos foram aprovados, o que permitiu o crescimento da colónia de seis para 30 exemplares, revelou esta terça-feira a secretária regional do Ambiente.

"Há 30 anos, em 1988, existiam apenas seis lobos-marinhos nas Ilhas Desertas e sentiam-se ameaçados, pelo que não saíam daqui e estavam resguardados nas grutas", explicou Susana Prada, durante uma visita ao local, vincando que a criação da Reserva Natural, precisamente há três décadas, possibilitou o seu crescimento de forma sustentada.

"Sempre que fazemos uma candidatura para a conservação do lobo-marinho, é aprovada", sublinhou, vincando a importância destes projetos para conservação da espécie.

O lobo-marinho, designação regional da foca monge do Mediterrâneo, a mais rara do mundo, encontra-se ameaçado de extinção, sendo que existem menos de 600 exemplares, dos quais 25 a 30 no arquipélago da Madeira, sendo o seu habitat preferido as Desertas, três pequenas ilhas localizadas ao largo do Funchal.

A secretária regional do Ambiente e Recursos Naturais visitou-as hoje para assinalar os 30 anos da criação da reserva natural e, simultaneamente, averiguar o andamento do atual programa de conservação da espécie, que decorre entre 2014 e 2019, tendo sido possível observar um exemplar.

"Este é o primeiro projeto em 30 anos em que a monitorização passou a ser feita por câmaras de fotografar e equipamentos de GPS", explicou Susana Prada, sublinhando que foram instaladas dez câmaras em seis grutas nas Desertas e outras na Madeira, bem como braçadeiras em três lobos-marinhos fêmeas.

Isso demonstrou que a espécie é capaz de mergulhar até 400 metros de profundidade e que percorre toda a área à volta das Desertas, da Madeira e do Porto Santo, pelo que é cada vez mais frequente o seu avistamento em áreas balneares.

"Atualmente, todos os pescadores e toda a população sabe que não deve magoar nem matar o lobo-marinho, de modo que ele entra nos portos e vai ao encontro de pessoas que estão a nadar por sentir que não é ameaçado", disse Susana Prada.

O lobo-marinho ocupava originalmente toda a bacia do Mediterrâneo, Macaronésia, noroeste africano e Península Ibérica. Era uma espécie muito numerosa e comuns, mas depois a população começou a diminuir de forma acentuada devido à caça e à deterioração do habitat.

No arquipélago da Madeira, a espécie quase desapareceu devido à perseguição pela sua gordura e pele, até que o Governo Regional deu início a um programa de recuperação que conduziu à criação da Reserva Natural das Ilhas Desertas e à substituição das artes de pesca não seletivas.

As Ilhas Desertas integram a Rede Natura 2000, como Zona Especial de Conservação (ZEC) e Zona de Proteção Especial (ZPE), sendo igualmente uma "Important Bird Area" (IBA). Em 2014, receberam o Diploma Europeu do Conselho da Europa para as áreas Protegidas.

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