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Governo português consternado pela morte de freira em Moçambique

07 set, 2022 - 20:08 • Lusa

Portugal lidera a missão de treino da União Europeia em Moçambique que desde final de 2021 está a preparar unidades de reação rápida das Forças Armadas de Defesa moçambicanas para combaterem em Cabo Delgado.

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O Governo português expressou esta quarta-feira "consternação" pela morte de uma freira num ataque armado a uma missão católica no norte de Moçambique na terça-feira.

"Consternação pela morte da Irmã Maria De Coppi, freira italiana com quase 60 anos de atividade em Moçambique, durante o ataque terrorista visando a sua ordem religiosa em Chipene", lê-se numa mensagem publicada no Twitter do Ministério dos Negócios Estrangeiros português.

Na mesma mensagem do ministério chefiado por João Gomes Cravinho, o Governo "endereça as mais sinceras condolências à família e aos missionários Combonianos".

"Este ataque evidencia a importância do apoio de Portugal, União Europeia e vários atores regionais no combate ao terrorismo em Moçambique, o qual deve permanecer ancorado numa abordagem de triplo nexo - promoção da paz e segurança, apoio humanitário e cooperação para o desenvolvimento", acrescenta.

Portugal lidera a missão de treino da União Europeia em Moçambique que desde final de 2021 está a preparar unidades de reação rápida das Forças Armadas de Defesa moçambicanas para combaterem em Cabo Delgado.

A missão conta com 119 membros de 12 países, sendo Portugal o país com o maior contingente, que é atualmente de 68 militares dos três ramos das forças armadas e GNR.

O ataque a Chipende aconteceu dois dias antes da chegada a Maputo de Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia (UE), esta quinta-feira, para uma visita de dois dias.

Borrell vai reunir-se com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e entregar equipamento (não bélico) para apoiar o combate em Cabo Delgado, norte do país.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por violência armada, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde há um ano por forças do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas levando a uma nova onda de ataques noutras áreas, mais perto de Pemba, capital provincial, e na província de Nampula.

Há cerca de 800 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

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