A+ / A-

Eleições legislativas 2024

"Vão ter mesmo que aumentar os salários". IL deixa recado aos empresários

04 mar, 2024 - 22:35 • Filipa Ribeiro

A Iniciativa Liberal volta a dedicar o tempo a empresários. De manhã na terra de Pedro Nuno Santos e à tarde em Leiria. Pelo caminho houve uma troca de ideias com Montenegro sobre voto útil e a lei eleitoral. "Chantagem, benefício do infrator e um bloco central que arrasta os pés", são algumas expressões que marcam o nono dia.

A+ / A-

Veja também:


Há muito tempo que a Iniciativa Liberal (IL) defende um circulo eleitoral de compensação, para que não haja desperdício de votos e, esta segunda-feira, o social-democrata Luís Montenegro falou sobre a lei eleitoral, mas não na linha de pensamento do liberal Rui Rocha.

O líder da AD defendeu uma nova medida na Constituição que desse mais representatividade aos distritos com menos população e Rui Rocha não gostou.

Para o líder da IL, "o PSD tem um entendimento de que a questão deve ser resolvida em termos de Constituição (...) e leva-nos àquilo que tem acontecido nas últimas décadas (...) colocámos isso no domínio constitucional e estamos a atrasar ou mesmo inviabilizar, porque implica ser aprovado por uma maioria", começou por dizer.

O presidente dos liberais considera que "o bloco central, PS e PSD, nunca quis resolver o problema, nunca quiseram avançar para a resolução, a arrastar os pés e no fundo a criar uma circunstância que vai levar a que a coisa não se resolva".

Nesta campanha, o líder da Iniciativa Liberal já pediu uma "maioria clara" para AD e IL, mas esta segunda feira Rui Rocha voltou a deixar algumas críticas. O foco de hoje foi o voto útil. "No cinquentenário do 25 de Abril é fundamental que haja liberdade (...), o voto útil é uma chantagem sobre os portugueses", disse. "Nós olhamos para as outras escolhas na mesa e essas escolhas garantem as práticas do passado", sublinha.

A relação entre IL e AD está mais fria, uma vez que mais tarde o presidente do PSD disse não concordar com a questão da "chantagem" e o líder da Iniciativa Liberal respondeu dizendo que "o voto útil beneficia o infrator, paralisa as soluções e impede as escolhas".

Rui Rocha avisa empresários que têm que aumentar salários

Na viagem da campanha, o autocarro da Iniciativa Liberal volta a parar para duas "estações" de empresários. Em São João da Madeira, terra de Pedro Nuno Santos, o líder da IL saiu do autocarro direto para uma empresa de cartonagem portuguesa. Reuniu-se com o administrador e conheceu alguns trabalhadores sempre com a mesma pergunta na manga: "imagina que por acaso vinha cá um líder partidário", sorria e continuava, "o que é que lhe pedias para mudar?". Pensativos alguns dos trabalhadores deixaram pedidos, como o fim da corrupção e melhores salários. Sobre os salários o líder da Iniciativa Liberal disse que ia comunicar esse pedido ao dono da empresa. Fica a dúvida sobre se a mensagem foi passada.

A passagem pela terra do líder do PS não deixa de ser curiosa e Rui Rocha esclarece que "não há nenhuma razão, é uma empresa que queríamos visitar e a terra de muitos outros portugueses", diz. "É um concelho que tem perfil por crescimento e perfil exportador", acrescenta.

O líder dos liberais não deixou passar ainda a vontade de eleger o primeiro deputado por Aveiro. "Estamos cá para eleger o Mário Amorim Lopes. Queremos um país preso ao passado? Vale mais eleger os cabeças de lista da Iniciativa Liberal nos diferentes círculos ou eleger o sétimo ou o oitavo das listas do PS e PSD?", disse.

Sobre o filho da terra, Rui Rocha não quis deixar um recado direto. "A mudança já não pára, já não é o tempo dos recados para as soluções passadas", afirmou.

Na descida do país, ainda tempo para uma paragem junto ao estádio de Leiria para um almoço com alguns pequenos e médios empresários. Depois de uma volta pelas mesas para ouvir as queixas, o líder da Iniciativa Liberal discursou e foi claro: "vão ter mesmo que aumentar os salários, vamos ter que pagar melhor às nossas pessoas, temos que fazer esse esforço", sublinhou.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+