A+ / A-

Crise política

"Tem de ser consequente". Frente Cívica pede a Marcelo que demita o Governo

03 mai, 2023 - 10:14 • André Rodrigues

João Paulo Batalha alerta para atuação perigosa do SIS no episódio do computador portátil que esteve na posse do ex-adjunto do Ministério das Infraestruturas: “É muito difícil que, quando se solicita a atuação de um serviço que depende diretamente do primeiro-ministro, ele diga que não sabia de nada."

A+ / A-

A Associação Frente Cívica defende que o Presidente da República “tem de ser consequente” e demitir o atual Governo.

Em declarações à Renascença, o vice-presidente da Frente Cívica considera que a opção do primeiro-ministro de manter João Galamba à frente do Ministério das Infraestruturas é, “mais do que uma discordância, uma questão sobre o funcionamento das instituições”.

Embora reconheça que Marcelo não tem a capacidade de demitir Galamba, “porque essa é uma competência do primeiro-ministro”, João Paulo Batalha defende que o Chefe do Estado “pode e deve demitir o Governo, para deixar claro que há mecanismos de responsabilização política a funcionar no país e que este tipo de coisas não acontece impunemente”.

Na última noite, António Costa justificou a manutenção de João Galamba no Ministério das Infraestruturas com o facto de entender que não lhe era imputável qualquer falha no episódio do computador portátil envolvendo o ex-assessor Frederico Pinheiro.

Decisão da qual Marcelo Rebelo de Sousa discordou, através de uma nota no site da Presidência.

Mas, para João Paulo Batalha, o primeiro-ministro “só não vê razão para demitir João Galamba, porque faz questão de não procurar essa razão”.

“Nós não estamos apenas a falar de uma situação lamentável de pancadaria dentro do Ministério. Estamos a falar de mentiras e de ocultação e, quando o primeiro-ministro acha que não há razão para responsabilizar o ministro das Infraestruturas, então está de facto a colocar-se do lado de quem tem sabotado a atividade do Parlamento e afrontado o princípio básico de separação de poderes e a própria esfera de atuação do Presidente da República”, diz.

Atuação do SIS lembra "regime anterior ao 25 de Abril"

Sobre a atuação do Serviço de Informações e de Segurança (SIS) neste processo, o vice-presidente da Frente Cívica considera ser “muito difícil que, quando se solicita a atuação de um serviço de informações que depende diretamente do primeiro-ministro, ele diga que não sabia de nada”.

Mas o que João Paulo Batalha considera mais preocupante é o facto de estarmos perante “um sistema de informações que se dedica a ir casa das pessoas… estamos a falar de uma atuação de polícia secreta, que faz lembrar o regime anterior ao 25 de Abril”.

Batalha lembra que o SIS “não tem a mínima autoridade legal para fazer o que fez” e que, ao mesmo tempo que o primeiro-ministro “diz que diz que está tudo bem, não explica o que aconteceu e, portanto, não podemos simplesmente dizer às pessoas que agora está tudo bem e que não pensem mais no assunto”.

“Isto tem de ser explicado”, remata o vice-presidente da Frente Cívica.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • VA.ITU
    03 mai, 2023 Riachos 14:42
    Esta frente é dona do pedaço? Todos querem participar no festim! E quem elegeu os goevernantes? Vão dizer que são todos asininos e que são vocês os detentores de toda a verdade e de toda a sapiência?

Destaques V+