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Medina reuniu-se com CEO da TAP, mas não informou que a ia demitir no dia seguinte

04 abr, 2023 - 20:14 • Manuela Pires com Redação

Em resposta a uma pergunta da deputada Mariana Mortágua, a figura da companhia aérea referiu que recebeu uma semana depois as razões da demissão, mas nunca lhe foi dito até quando ia permanecer no cargo e até hoje não sabe qual será o último dia na TAP.

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A CEO da TAP revelou que teve uma reunião com Fernando Medina, na véspera da conferência de imprensa onde foi revelado o relatório da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) e onde foi demitida em direto, mas que o ministro das Finanças não lhe indicou que isso iria acontecer.

Christine Ourmières-Widener garantiu, esta terça-feira, no Parlamento, que o governante disse-lhe que "a situação era complicada", mas que só soube no dia seguinte que ia ser demitida, pela televisão.

"Durante esta discussão, o ministro não me deu essa informação. Disse que haveria uma conferência de imprensa, mas nunca me explicaram qual seria a sua natureza", refere.

Em resposta a uma pergunta da deputada Mariana Mortágua, a figura da companhia aérea referiu que recebeu uma semana depois as razões da demissão, mas nunca lhe foi dito até quando ia permanecer no cargo e até hoje não sabe qual será o último dia na TAP.

Christine Ourmières-Widener foi ainda questionada sobre o bónus que está contratado.

A CEO da TAP defendeu que, apesar de ter sido demitida, tem direito a esse bónus porque teve bons resultados no ano passado

A presidente executiva da companhia aérea foi também questionada pela Iniciativa Liberal (IL) sobre uma viagem do Presidente da República, a Moçambique, em março do ano passado, em que o ex-secretário de Estado Hugo Mendes pediu para mudar o voo de Marcelo Rebelo de Sousa.

"Bom dia, sei que isto é um incómodo para ti, mas não podemos mesmo perder o apoio político do Presidente da República. Ele tem-nos apoiado no que diz respeito à TAP, mas se o humor dele mudar, tudo se perde. Uma frase dele contra a TAP ou o Governo e ele empurra o resto do país contra nós. Não estou a exagerar. Ele é o nosso principal aliado político, mas pode transformar-se no nosso pior pesadelo", citou Bernardo Blanco, deputado da IL.

Christine Ourmières-Widener disse que "desconfiou do pedido" e certificou-se que a antecipação do voo não veio do Palácio de Belém.

Na mesma audição, a saída de Alexandra Reis "não foi nada de pessoal", mas a gestora "não tinha o perfil necessário" para o cargo que desempenhava na TAP, refere a presidente executiva.

A CEO da TAP garante que o ex-secretário de Estado das Infraestruturas Hugo Mendes disse que o ministro da altura, Pedro Nuno Santos, aceitava o acordo para indemnizar Alexandra Reis.

A responsável garante que nunca falou com o ministro das Finanças sobre o caso de Alexandra Reis.

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