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Dia 72. Três autocarros resgatam 50 pessoas de fábrica de Mariupol

06 mai, 2022 - 20:46 • João Carlos Malta

Na última semana, segundo Vlodymyr Zelenskiy foram retirados quase 500 civis daquela zona do sul da Ucrânia.

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Esta sexta-feira ficou marcada pelo retirada de meia centena de civis da fábrica de Azovstal, em Mariupol, o último reduto da resistência ucraniana na cidade do sul do país.

A vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, descreveu a retirada de civis como "extremamente lenta" e acusou os russos de utilizarem estratégias para atrasar o processo violando o cessar-fogo.

De acordo com a agência de notícias russa TASS, há planos para uma quarta viatura a sair da siderurgia antes que o corredor humanitário seja fechado. Mas Iryna Vereshchuk disse o processo só continuará no sabádo.

Aquele complexo industrial está cercado há várias semanas pelas forças russas.

O presidente Volodymyr Zelenskiy avançou que já foram retirados quase 500 civis daquela zona na última semana.

Um grupo de 41 pessoas, entre as quais 28 militares, regressaram à Ucrânia no âmbito de uma troca de prisioneiros com a Rússia, segundo a vice-primeira ministra, Iryna Vereshchuk.

Também hoje, uma fragata russa incendiou-se na ilha de Zmeiny, no Mar Negro, e algumas agências ucranianas locais atribuem o incidente ao impacto de um míssil lançado pelo exército ucraniano.

Segundo a agência ucraniana Dumskaya, a fragata russa 'Almirante Makarov' foi alvo de uma explosão que provocou um incêndio, num incidente que terá acontecido na quinta-feira, e que foi atribuído ao impacto de um míssil do tipo Neptuno, lançado pelas forças militares ucranianas.

A agência observou que estavam vários aviões russos a sobrevoar esta área do Mar Negro e que navios de resgate foram chamados para ajudar o navio de guerra em chamas.

Entretanto, nas primeiras horas da manhã, o primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmygal, afirmou que, uma avaliação preliminar sobre as perdas económicas trazidas pela guerra, aponta para prejuízos na ordem dos 600 mil milhões de dólares (cerca de 568 mil milhões de euros).

Em conferência de imprensa, o governante defendeu que o valor dessas perdas deve ser coberto com “o dinheiro do invasor”. Denys Shmygal pediu também à comunidade internacional que pressione a Rússia “a organizar corredores para fazer escoar “milhões de toneladas de grão que estão bloqueadas nos portos”, acusando a Rússia de estar a provocar “uma crise de segurança alimentar”.

Ficámos também a saber que metade do território da Ucrânia, com uma área de 603.700 quilómetros quadrados dentro das suas fronteiras reconhecidas, está contaminado por minas e projéteis por explodir. A informação foi dada pelo mesmo primeiro-ministro, Denys Shmygal.

Em Portugal, o Presidente da República apelou a que se apure a verdade no que se refere ao acolhimento de refugiados ucranianos por cidadãos russos em Portugal, afirmando que os portugueses "gostarão de saber aquilo que se passou".

"Faz parte da vida democrática haver o apuramento da verdade e o acesso dos cidadãos à verdade e, portanto, na medida em que se puder apurar a verdade, que se apure: como foi no passado, como é no presente, o que é que isso significa", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa em declarações aos jornalistas à saída do VII Congresso Nacional da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), que decorre hoje e sábado na Universidade Católica, em Lisboa.

Isto num dia em que os vereadores do PCP na Câmara de Lisboa justificaram hoje o voto contra o protocolo com a Associação dos Ucranianos em Portugal por considerarem que esta entidade "não reúne condições de idoneidade" para a integração dos refugiados da Ucrânia.

"A Associação de Ucranianos em Portugal, através da sua intervenção pública e de declarações dos seus dirigentes, tem pautado a sua ação por condenáveis ataques a princípios elementares do nosso regime democrático, manifestando um desrespeito pelos valores da democracia e da liberdade, como o são as manifestações de ódio dirigidas contra o PCP", lê-se na declaração de voto escrita dos dois vereadores comunistas que integram o executivo camarário de Lisboa, João Ferreira e Ana Jara.

Ainda sobre este tema, o líder do PSD afirmou que o presidente da Câmara de Setúbal "não tem condições para continuar" no cargo e esclareceu que o partido pode só dar "uma opinião, uma posição politica" sobre a demissão dos vereadores.

"Eu acho que realmente o presidente da Câmara de Setúbal devia pensar muito bem se tem condições para continuar, dá-me ideia de que não tem condições para continuar. Ele avaliará e aí acho que também deve avaliar com a CDU porque pode não correr muito bem à CDU se as coisas forem em sentido diferente, penso eu", afirmou Rui Rio, no Porto, à margem de uma conferencia para assinalar o 48.º aniversário do PSD.

A nova ronda de sanções da União Europeia à Rússia deverá incluir a alegada namorada de Vladimir Putin, Alina Kabaeva, e o líder da Igreja Ortodoxa, o patriarca Cirilo, de acordo com duas fontes ao The Guardian que citam o documento preliminar da UE, juntando-se a uma lista que já inclui mais de mil oligarcas e pessoas próximas do presidente russo.

O documento terá ainda de ser aprovado pelos governantes dos 27 Estados-membros e pode ainda ser alterado antes do debate e votação, que decorre esta sexta-feira. O pacote conta também com o embargo gradual ao petróleo russo e descreve Cirilo com o seu nome de nascença, Vladimir Gundyayev, e Alina como alguém “próxima a Vladimir Putin”.

A mesma União Europeia alterou, entretanto, a proposta de embargo ao petróleo russo, estendendo o período em que a medida fica em vigor para três países: Hungria, Eslováquia e República Checa, que poderão continuar a fazê-lo até 2024.

A alteração foi indicada por duas fontes da UE à Reuters, que indicam que foram dados mais dois anos e meio a Hungria e Eslováquia para cortar com o petróleo russo, enquanto a República Checa terá de deixar Moscovo como fornecedor energético a junho de 2024, tendo de garantir que não recebem petróleo através de outra fonte no sul da Europa.

O embargo ao petróleo russo foi anunciado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que garantiu que o corte seria feito de “maneira ordenada”, por fases, propondo o fim do fornecimento de Moscovo de crude em seis meses e de produtos refinados até ao final de ano.

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