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Eleições Legislativas 2024

Campanha eleitoral. Quanto prevê gastar cada partido?

26 fev, 2024 - 20:59 • Diogo Camilo

Forças políticas preveem gastar mais de 8,3 milhões na campanha até 10 de março. PS gasta mais em comícios e cartazes, AD aposta na comunicação e nos estudos de mercado. IL e Chega são quem mais aumenta o orçamento em relação há dois anos. Nova Direita e Juntos Pelo Povo não estão no Parlamento, mas já preveem receber subvenção estatal.

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O PS apresenta o maior orçamento para a campanha eleitoral mas, juntas, a coligação PSD-CDS no continente e nas ilhas ultrapassa as despesas previstas pelos socialistas. Ao todo, para as eleições legislativas de 10 de março, os partidos preveem gastar mais de 8,3 milhões de euros na campanha eleitoral que começou este domingo.

Os números constam dos orçamentos de campanha que foram divulgados pela Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP) na passada semana. PS e AD têm mais de metade da despesa conjunta, com ambos a apresentarem orçamentos acima dos 2,5 milhões de euros.

Os socialistas preveem gastar 2,55 milhões de euros, quase o equivalente ao que tinham apresentado no orçamento para as legislativas de 2022 (dois milhões e 450 mil euros). O partido de Pedro Nuno Santos estima arrecadar uma receita igual, toda ela através da subvenção estatal, não estimando donativos ou contribuições vindas do próprio PS.

A confirmar-se, os valores estimados pelo Partido Socialista são a despesa em campanha eleitoral mais baixa desde que há registo na Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP).

Nas últimas eleições, as contas para a campanha do PS acabaram a derrapar quase um milhão de euros: o partido tinha no orçamento eleitoral 2.450.000 euros em despesas e as contas finais acabaram quase nos 3,4 milhões. O valor mais baixo de despesas até ao momento foi registado em 2019, quando os socialistas ficaram-se pelos 3 milhões.

Já a Aliança Democrática (PSD/CDS/PPM) prevê uma despesa de 2,5 milhões de euros, menos 50 mil do que o PS, e que quase corresponde à soma dos gastos previstos por sociais-democratas e centristas em 2022, de um milhão e 950 mil euros e 230 mil euros, respetivamente.

No entanto, juntando a esta o valor previsto pela coligação Madeira Primeiro, também com PSD e CDS, a AD ultrapassa os socialistas nos valores orçamentados para a campanha, com 2.560.000 euros.

Além da subvenção estatal, a coligação orçamenta 275 mil euros em contribuições de partidos políticos e 75 mil através de angariação de fundos.

Onde PS e AD gastam o dinheiro na campanha?

Enquanto os sociais-democratas apostam mais nos estudos de mercado e na comunicação, os socialistas investem mais dinheiro em cartazes e comícios.

O PS é o partido que prevê a maior despesa em comícios e espetáculos (732.049 euros) e em estruturas, cartazes e telas (473.677 euros), dedicando também uma grande fatia à comunicação e estudos de mercado (631.787 euros).

No entanto, neste capítulo, a AD vence e gasta mais de 750 mil euros. A coligação é também a força política que mais dinheiro orçamenta para propaganda, comunicação impressa e digital (535 mil) e custos administrativos e operacionais (435 mil).

Iniciativa Liberal e Chega com os maiores aumentos de orçamento

Em relação há dois anos, o maior salto de orçamento é dos liberais. Dos 385 mil euros previstos em 2022, o partido passa agora para 645 mil, com a grande parte a ser dedicada a propaganda, comunicação impressa e digital (125 mil), estruturas, cartazes e telas (outros 125 mil) e comícios e espetáculos (120 mil).

Também o Chega prevê um aumento de despesa de 200 mil euros, com gastos de 700 mil euros e receitas de igual valor: 300 mil são orçamentados através de subvenção estatal e 400 mil da contribuição de partidos políticos.

Em sentido contrário, o Bloco de Esquerda prevê gastos menores do que em 2022, com uma despesa de cerca de 508 mil euros - comparado com os 610 mil das últimas legislativas -, cuja maioria se destina a custos administrativos e operacionais (cerca de 173 mil) e propaganda, comunicação impressa e digital (121 mil).

A CDU, coligação de PCP e PEV, continua a ser o terceiro partido político com maior orçamento nas legislativas: os comunistas projetam gastos de 785 mil euros, um aumento de mais 90 mil euros quando comparado com 2022.

A coligação prevê uma receita da mesma ordem, dos quais 540 mil proveem da subvenção estatal, 235 mil da contribuição de partidos políticos e dez mil da angariação de fundos.

À semelhança do Bloco de Esquerda, também o PAN prevê menos gastos em relação há dois anos: passando de 228 mil euros orçamentados para pouco mais de 200 mil.

Dos partidos com representação parlamentar, o Livre surge no fim da lista. O partido liderado por Rui Tavares estima despesas de 95 mil euros, quase o dobro em relação às últimas eleições.

Nova Direita e JPP estimam subvenção estatal nos orçamentos

Entre os partidos sem assento parlamentar, é uma força política que não concorreu às últimas eleições a liderar nos dinheiros de campanha.

A Nova Direita, liderada por Ossanda Liber, tem receitas previstas acima das do Livre, no valor de 134 mil euros, com 110 mil destas receitas a serem estimadas em “subvenção estatal”, que apenas pode ser alcançada se o partido obtiver 50 mil votos nas eleições de 10 de março.

O Volt é o segundo partido sem assento com maior orçamento (mais de 54 mil euros), conseguindo 40 mil euros em donativos, tal como a Alternativa 21, a coligação entre o Aliança e o MPT.

O Juntos pelo Povo (JPP), com ambições de eleger no círculo da Madeira, estima receber 45 mil euros em subvenções estatais, orçamentando o mesmo valor de despesas para estas eleições.

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