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Urgências. Quem contacta a Linha SNS 24 tem de esperar mais tempo para ser atendido

04 abr, 2024 - 02:18 • Redação com Lusa

As reclamações registaram-se entre 01 de janeiro de 2015 e 31 de maio de 2023,

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Quem chega a uma urgência depois de contactar a Linha SNS 24 espera mais tempo para ser atendido, conclui um estudo da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), conhecido esta quinta-feira.

Dentro do mesmo grau de prioridade, os doentes encaminhados por esta linha de apoio acabam, em média, por aguardar mais tempo do que aqueles que procuram a urgência hospitalar sem esse primeiro contacto.

No período entre 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2022, apenas três dos 28 hospitais analisados respeitaram a obrigatória prioridade dos doentes referenciados pela Linha.

No período em análise, verificou-se que 58% dos utentes encaminhados para unidades de Cuidados de Saúde Primários (CSP) obtiveram consulta até 72 horas após o seu encaminhamento, sendo que, destes, 49% foram admitidos até 24 horas após o contacto da Linha SNS 24, dentro do tempo máximo de resposta garantido previsto para atendimento por motivo relacionado com doença aguda.

Por seu turno, 42% dos utentes encaminhados pela Linha SNS 24 não conseguiram uma consulta no centro de saúde até 72 horas após a sua referenciação, "não tendo sido possível apurar, contudo, se tal ocorreu por falta de iniciativa dos utentes e/ou por falta de capacidade dos estabelecimentos de saúde visados".

"Da análise ao período mais recente, considerando apenas os dados entre 01 março de 2021 e 31 de dezembro de 2022, é de salientar que 80% dos utentes admitidos nos CSP até 72 horas após a referenciação pela Linha SNS 24 foram observados na primeira hora após a sua admissão, bem cumprimento dos TMRG [tempos máximos de resposta garantidos] aplicáveis neste contexto", refere.

Além disso, a ERS detetou ainda que, entre 2021 e 2022, em 4% dos casos, também não foi respeitada a isenção de pagamento de taxas moderadoras.

A ERS recebeu 674 reclamações relativas à Linha SNS 24, em mais de oito anos, das quais 58% dizem respeito ao encaminhamento de utentes para unidades de cuidados de saúde primários sem capacidade de atendimento.

Considerando o rácio de reclamações por 100.000 habitantes, foi registado um maior volume (424 queixas) na Administração Regional de Saúde de Lisboa (ARS) Lisboa e Vale do Tejo.

"Entre os anos de 2018 e 2019, o número de reclamações associadas à Linha SNS 24 cresceu aproximadamente 219%, tendo sofrido uma variação negativa de 49% em 2020, ano em que se iniciou a pandemia, e retomado a tendência de aumento em 2021 e 2022, face ao ano anterior, (39% em 2021 e 64% em 2022)", observa.

A Linha SNS 24 (808242424) viu o seu volume de chamadas telefónicas aumentar 513%, entre 2019 e 2022, devido à pandemia da Covid-19.

Citando dados dos Serviços Partilhados do Ministérios da Saúde (SPMS), o estudo, iniciado em 2023, sublinha que o volume de atividade do serviço de atendimento, triagem e acompanhamento de utentes (STAE) passou de 1.331.675 para 8.164.523 chamadas telefónicas por ano.

Em função do tipo encaminhamento, evidenciou-se que o "incremento da atividade registada no período entre 2021 e 2022 não correspondeu a um aumento de magnitude semelhante ao número de encaminhamento de utentes para estabelecimentos de saúde, tendo sido aconselhados autocuidados na maioria das situações [76% das chamadas]".

Os contactos telefónicos com vista aos autocuidados resultaram no aconselhamento permanência no domicílio, sem necessidade de recurso a um estabelecimento de saúde.

Por outro lado, conclui-se que 23% das chamadas resultaram em encaminhamento para um estabelecimento prestador de cuidados de saúde, sendo que 13% dos utentes foram encaminhados para os serviços de urgência (SU)/Cuidados de Saúde Hospitalares (CSH), 10% para os Cuidados de Saúde Primários (CSP), e 1% para o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

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