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falta de médicos

Já são mais de 20 os hospitais com serviços de urgência em situação de rutura

27 set, 2023 - 10:31 • Hugo Monteiro , Beatriz Pereira

“É absolutamente lamentável a ligeireza com que o Governo tem tratado toda esta situação”, critica o bastonário da Ordem dos Médicos.

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Já são mais de 20 os hospitais com serviços de urgência em situação de rutura. O quadro é traçado, esta quarta-feira, pela Ordem dos Médicos, que antecipa uma situação ainda mais grave durante o Inverno, com um aumento da procura por parte dos utentes.

“Ainda não entrámos no período de maior afluência do inverno e a Ordem dos Médicos já tem indicações que mais de 20 hospitais deste país estão em rutura, porque não têm médicos para assegurar muitas das equipas de urgência de muitos hospitais que vão ter de encerrar”, alerta o bastonário dos Médicos, Carlos Cortes, em declarações à Renascença.

Em comunicado enviado, esta manhã, a Ordem dos Médicos (OM) fez um apelo ao Governo para encontrar soluções que evitem a situação de “rutura grave e iminente em vários hospitais do país”, onde Carlos Cortes pediu ao Governo mais sensibilidade para o setor.

O bastonário dos Médicos ratifica a posição dos médicos perante as dificuldades dos profissionais e acusa o Governo de olhar com ligeireza para a escassez de recursos humanos no SNS , admitindo que se o problema não for resolvido, haverá serviço hospitalares que vão ter de encerrar.

Carlos Cortes defende ainda que a prioridade dos Ministros da Saúde e das Finanças deve ser encontrar uma solução para a falta de recursos humanos e não a restruturação das Unidade Locais de Saúde (ULS).

“Não serve de nada reorganizar e criar ULS em todo o país, reestruturar e investir milhões em serviços de urgência, se depois nós não temos médicos para assegurar a respostas em unidades de saúde do SNS”, aponta.

O bastonário defende ainda que o Governo deve “dar condições, ouvir e dialogar com os médicos”.

O alerta surge numa altura em que aumenta o número de médicos que se recusam a fazer mais do que as 150 horas-extra que estão obrigados a cumprir. “Há cansaço, à exaustão e situações de burnout” e por isso os médicos não querem “arriscar entrar numa zona de insegurança, fazendo muito mais horas extraordinárias do que aquelas que são humanamente possíveis”, avisa o representante da Ordem dos Médicos.

O bastonário Carlos Cortes diz que, apesar dos inconvenientes para os utentes, esta é a melhor forma de garantir a segurança dos doentes.

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