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Alimentação e Veterinária

Nova doença animal afeta 14 explorações no Alentejo

22 ago, 2023 - 15:54 • Filipa Ribeiro

A doença hemorrágica epizoótica foi detetada pela primeira vez em Portugal em julho. Não representa perigo para os humanos, mas pode em casos graves levar à morte dos animais. A Direção Geral da Alimentação e Veterinária pede mais vigilância por parte dos produtores.

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Desde o final do ano passado que Portugal está vigilante sobre a doença hemorrágica epizoótica, uma doença que é transmitida entre os animais através de mosquitos e que afeta, principalmente, bovinos e cervídeos selvagens como os veados, mas o primeiro caso positivo foi confirmado no Alentejo em julho deste ano.

À Renascença, a diretora-geral da alimentação e veterinária, Susana Pombo, diz que até à data a doença já afetou 14 explorações na região. “A zona do Alentejo é onde já há explorações afetadas, mas o país está quase todo sinalizado por causa das explorações confirmadas em Espanha”, diz.

Na verdade, Portugal está sob vigilância para esta doença desde o final do ano passado quando foram confirmados casos de infeção em Espanha junto à fronteira, porque sempre que um caso é confirmado é traçado um raio de 150 quilómetros que limita o espaço onde os animais podem circular. “Podem movimentar-se entre raios, mas não para zonas livres”, explica Susana Pombo.

O objetivo destes perímetros é evitar que a doença se continue a espalhar. Susana Pombo admite que o aparecimento da doença na Europa esteja relacionado com as alterações climáticas.

“O mosquito é o único meio de transmissão, a distribuição da doença depende desse vetor e das condições para se multiplicarem, este vírus é encontrado em climas tropicais, mas muito provavelmente por causa do aquecimento global vemos a distribuição destes vetores (mosquitos) noutros pontos do planeta como cá na Europa”, defende.

Susana Pombo sublinha que Portugal já tem quase todo o território sob vigilância devido à proximidade com casos confirmados em Espanha como se pode ver na imagem abaixo.

A doença apareceu pela primeira vez na União Europeia em Itália. Até ao momento não há indicação de que traga consequências para os seres humanos com indica a diretora-geral da Alimentação e Veterinária: “É uma doença que afeta apenas os animais e não há nenhum perigo nem sinalização para riscos de consumo de carne e produtos provenientes de animais, não afeta o homem, nem se transmite aos seres humanos. É uma doença sazonal normalmente entre o verão e o final do outono, quando há mais insetos”.

O único risco é mesmo para os animais, que em casos mais graves pode provocar a morte. “Cá não temos indicação de mortes para já, mas em Espanha está a haver um aumento da mortalidade entre os animais”, afirma Susana Pombo.

O excesso de saliva, feridas no focinho e febre são alguns dos sintomas com maior presença nos animais infetados. Apesar de não haver vacina nem tratamento, Susana Pombo diz que os animais podem recuperar numa questão de dias, mas que é importante sinalizar todos os casos para evitar a proliferação. O reforço da higienização pode ajudar a prevenir o agravamento da situação. Com a chegada do Inverno é natural que os focos de infeção diminuem.

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