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Graça Freitas na Renascença

Portugal não avança com vacinação em massa, a menos que surja nova variante da Covid-19

09 jun, 2022 - 08:17 • Miguel Coelho , Olímpia Mairos

Em tempo de festas populares, a diretora-geral da Saúde deixa o alerta: "o momento dos Santos vai ser muito propenso à infeção".

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A menos que surja uma nova variante da Covid-19, que provoque doença mais grave, a partir de agora a vacina será dada apenas aos mais idosos, doentes de risco e grávidas.

Se não aparecer nenhuma variante vamos manter a vacinação. Estamos a acabar a vacinação nos lares e atingimos os 40% dos idosos - com mais de 80 anos - e estamos com boas expetativas”, avança Graça Freitas à Renascença, realçando que a atual linhagem da ómicron já mostrou que escapa à vacina, por isso, a estratégia é proteger os mais vulneráveis.

“Neste momento, sabemos que a vacina não é preventiva em relação à transmissão da infeção, porque esta variante é completamente diferente e muito mais invasiva e rápida na sua transmissão, escapando ao sistema imunitário. Mas, a vacina e as doses de reforço protegem contra doença grave, contra internamento e contra morte”, lembra.

A diretora-geral da Saúde sublinha ainda que “as pessoas mais velhas, as pessoas mais doentes são exatamente aquelas que têm uma evolução pior da sua doença, um pior prognóstico”, adiantando que a estratégia é de “proteção dos vulneráveis porque sabemos que vacinar em massa a população não altera muito a dinâmica de transmissão da variante BA-5 da ómicron”.

Conselhos para os Santos Populares

Com as festas dos Santos Populares à porta, a responsável alerta para o facto de estarem reunidas “boas condições para a propagação de um vírus, que tem uma variante com grande capacidade de se transmitir”.

"O momento dos Santos vai ser muito propenso à infeção." Sublinha que estes eventos “são momentos de descontração” e significam “grande mobilidade”, proporcionando grandes aglomerados de pessoas. Assim, para minimizar riscos é recomendado o uso de máscara e tentar manter alguma distância.

Graça Freitas diz que nos dias seguintes, as pessoas devem estar atentas a sintomas, pois o objetivo de minimizar uma eventual transmissão.

“Nos dias seguintes às festas as pessoas devem estar atentas as duas coisas: se souberem que estiveram um contacto com alguém doente e se lhes aparecerem sintomas, para não continuarem a propagar a doença, devem isolar-se rapidamente e devem fazer um autoteste. E se esse teste der positivo telefonarão para a ligar para a Linha Saúde 24 e farão um teste rápido antigénios e assim, pelo menos minimizam a eventual transmissão a outras pessoas”, diz Graça Freitas.

Na visita aos doentes ou aos idosos, como medida de proteção, a diretora-geral da Saúde aconselha ao uso de máscara e à manutenção das devidas distâncias.

A diretora-Geral da Saúde lembra que o lema é “proteger, proteger, proteger”.

De acordo com o último balanço do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), a média de infeções diminuiu ligeiramente para os 25.042 casos diários em Portugal e o índice de transmissibilidade (Rt) do vírus que provoca a covid-19 está agora abaixo do limiar de 1.

A taxa de incidência acumulada a 14 dias é de 3.294,5 a nível nacional e de 3.279,5 no continente, refere ainda o relatório do instituto.

Na quarta-feira, foi avançado que o plano de vacinação outono/inverno para 2022/23 contra a Covid-19 e gripe arranca a 5 de setembro. As vacinas vão ser administradas em conjunto e já estarão adaptadas à variante ómicron.

Receberão vacina no arranque da campanha os maiores de 65 anos, pessoas com mais de 18 anos com doenças graves, profissionais de saúde e utentes de lares e cuidados continuados.

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  • ao
    09 jun, 2022 lisboa 09:07
    Eu a pensar que o rock in rio e a festa do avante também eram perigosos. Ainda vamos a tempo, espero. Apesar de enganados.

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