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Maior parte dos internados são jovens. “Não há noitada que justifique uma estadia na medicina intensiva”

04 jul, 2021 - 12:10 • Carla Caixinha , Teresa Almeida

Presidente da Comissão de Acompanhamento da Resposta Nacional em Medicina Intensiva diz hospitais podem atingir limite de camas em UCI para a semana, existindo a possibilidade de transferir doentes para outras regiões.

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A partir da na próxima semana, os Hospitais de Lisboa podem atingir o limite de camas em cuidados intensivos (UCI) para doentes com Covid-19. Quem o admite é o presidente da Comissão de Acompanhamento da Resposta Nacional em Medicina Intensiva.

À Renascença, João Gouveia reconhece que existe a possibilidade de se ter de transferir doentes de Lisboa para outras regiões do país.

“Neste momento, Lisboa tem uma taxa de incidência (RT) elevado e isso repercute no número de casos graves e muito graves que vão para à medicina intensiva. Mas apesar da expansão de camas – face ao início de 2020 - não há recursos humanos para conseguir ter muitas camas abertas e manter a atividade normal”, alerta.

Há mais de 15 dias foi dito aos hospitais para passarem aos níveis seguintes de contingência, devido à subida de casos, e terem à volta de 120/125 camas disponíveis para doentes Covid-19 se necessário.

A taxa de ocupação em unidades de cuidados intensivos para doentes infetados em Lisboa e Vale do Tejo (LVT) é de 72%.

Quanto à vacinação dos mais jovens, João Gouveia acredita que ajudará a aliviar a pressão nos internamentos. “Neste momento, temos um padrão etário muito diferente das vagas anteriores. A maior parte dos internados em medicina intensiva são doentes muito jovens, principalmente abaixo dos 50 anos.”

Na sua opinião, é muito importante vacinar essa camada: Por um lado, são os doentes que estão agora a aparecer; por outro, são aqueles que têm uma mobilidade maior e podem aumentar a transmissão.

Este especialista deixa conselhos de prevenção. Não se juntem em espaços fechados, usem máscara, lavem as mãos, aos mínimos sintomas que se isolem em casa e que evitem ajuntamentos.

“Não há festa ou noitada que justifique uma estadia na medicina intensiva.”

Foi hoje revelado que as pessoas entre os 18 e os 29 anos começam este domingo a ser vacinadas contra a Covid-19 por ordem decrescente de idade.

Mas apesar do aumento do número de casos na região de Lisboa e Vale do Tejo, este responsável acredita que não estamos perante um cenário semelhante ao vivido no início do ano.

Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.112 pessoas e foram registados 887.047 casos de infeção, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.


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  • Tanto procuram
    04 jul, 2021 Que acabam encontrando 18:45
    Não adianta de muito haver camas disponíveis, se não há médicos, enfermeiros, pessoal auxiliar para tratar dos doentes que vão ocupar essas camas. Quanto ao numero de internados ser agora maioritariamente de jovens, não admira : "somos jovens, temos de aproveitar a vida" é o mote deles. Contra isto, qualquer apelo ao bom-senso é perda de tempo. Depois de contraírem a doença e verificarem que nunca mais vão ser os mesmos e que em termos físicos, vão ser velhos, ainda novos, vão lamentar o "aproveitamento". Eu lamento mais os inocentes que eles contaminaram, que esses irresponsáveis com o objetivo no prazer imediato, ficarem semi-inutilizados para a vida.

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