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Israel dá por terminadas operações em campo de refugiados na Cisjordânia

21 abr, 2024 - 19:18 • Lusa

Palestinianos residentes na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental iniciaram este domingo uma greve em protesto contra a recente operação militar de Israel no campo de refugiados.

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O Exército israelita anunciou este domingo o fim de uma operação de mais de 50 horas no campo de refugiados palestinianos de Nur Shams, na Cisjordânia, que deixou 14 mortos e dezenas de detidos.

As forças armadas de Israel confirmaram que nove soldados e um agente da polícia fronteiriça israelita ficaram feridos durante a operação junto da cidade de Tulkarem. O estado varia de leve a grave.

Embora órgãos palestinianos, citando fontes familiares, tenham noticiado na sexta-feira a morte de um líder local da Jihad Islâmica, Muhamad Jaber, conhecido como Abu Shuja, o militante apareceu em imagens publicadas nas últimas horas pela imprensa local nos funerais das vítimas da operação israelita.

De acordo com fontes palestinianas locais, os mortos tinham entre 16 e 39 anos e os seus corpos foram transportados em procissão desde o Hospital Mártir Thabet Thabet até ao cemitério.

Israel estima que existam 15 detidos, enquanto o Clube dos presos Palestinianos estima que cerca de 50 tenham sido detidos, embora muitos tenham sido libertados nas últimas horas após os interrogatórios.

Palestinianos residentes na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental iniciaram este domingo uma greve em protesto contra a recente operação militar de Israel no campo de refugiados.

A greve, convocada pelo movimento Fatah, do presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, abrange atividades em escolas, universidades, lojas, bancos e empresas, bem como todas as rotas de transportes públicos, segundo a agência noticiosa palestiniana WAFA.

A Cisjordânia ocupada está a viver a sua maior espiral de violência desde a Segunda Intifada (2000-2005) e só nestes primeiros quatro meses de 2024 pelo menos 138 palestinianos foram mortos por fogo israelita, a maioria dos quais alegados milicianos ou agressores, mas também civis, incluindo cerca de 30 menores, segundo uma contagem da agência EFE.

O Exército intensificou as suas já frequentes incursões na Cisjordânia após o ataque do grupo islamita palestiniano Hamas em 7 de outubro de 2023 em Israel - desencadeando a atual guerra na Faixa de Gaza -, e, desde então, cerca de 468 palestinianos morreram em incidentes violentos com tropas ou colonos israelitas.

Na sexta-feira, a União Europeia aplicou sanções a quatro pessoas e duas organizações acusadas de violação dos direitos humanos na expansão de colonatos na Cisjordânia e os Estados Unidos fizeram o mesmo em relação a duas entidades envolvidas na angariação de fundos para colonos extremistas já sancionados e acusados de atacar regularmente palestinianos.

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