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Prémio Comité Europeu das Regiões

Região Empreendedora Europeia 2021-2022. Castelo Branco vence prémio

18 mar, 2021 - 09:00 • Ana Carrilho

Castelo Branco é uma das seis regiões distinguidas com o prémio do Comité Europeu das Regiões, anunciado esta manhã em Bruxelas. O júri considerou que a região tem um potencial significativo para uma recuperação sustentável no período pós-Covid-19. Presidente da autarquia, José Augusto Alves considera que é o resultado do dinamismo empreendedor implementado nos últimos anos, nomeadamente na área tecnológica. O prémio chega na altura em que a cidade comemora 250 anos.

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Objetivo: Castelo Branco, capital empreendedora nacional

“Fizemos o trabalho de casa com a ajuda dos fundos comunitários”, diz o presidente da autarquia, em declarações à Renascença, reconhecendo que o prémio é muito importante para a região. José Augusto Alves refere o investimento em diversas infraestruturas e iniciativas que têm em vista o desenvolvimento de uma cultura de empreendedorismo, desde a “mais tenra idade”.

É o que acontece com a Fábrica do Jovem Empreendedor, entre a sede na cidade e o polo, em Alcains, que já mobilizou cerca de dois mil alunos, para despertar a capacidade empreendedora desde cedo.

Também dominada pela juventude é a “Fábrica da Criatividade”, uma incubadora de empresas na área das artes performativas, que vão desde as oficinas de metal, madeira, cerâmica, fotografia, audiovisual, teatro e dança. 53 projetos que envolvem diretamente quase 220 pessoas. Sem contar com os 36 projetos de curta duração, que abrangem quase 500 pessoas. “Muitas delas fizeram a sua formação na Escola Superior de Artes do Instituto Politécnico de Castelo Branco. Isso é inovador e estamos a ser muito procurados”.

A grande aposta está a ser feita na área tecnológica. E é com manifesto orgulho que edil refere a presença na região do ISQ – Instituto de Soldadura e Qualidade, em cujos laboratórios foi desenvolvido e testado o escudo de proteção térmica e amortecimento de choques na aterragem do robot Perseverance em Marte.

Outro exemplo é o CEI – Centro de Empresas Inovadoras, onde se instalaram 10 novas empresas, em ano de pandemia, criando cinquenta postos de trabalho. Segundo José Augusto Alves, o centro já tem mais de 150 profissionais altamente qualificados. E dada a procura, está a ser lançado o “CEI 2”.

A candidatura que Castelo Branco apresentou ao Comité Europeu das Regiões frisa que o objetivo é reforçar o empreendedorismo como pilar do desenvolvimento territorial, em múltiplas dimensões: na economia, educação, coesão social, cultura e criatividade, transição digital, economia verde, cooperação transfronteiriça com a Extremadura espanhola, turismo e resposta à crise pandémica.

Neste último ponto, a região quer tirar partido da sobrelotação nos grandes centros urbanos e encorajar o empreendedorismo em Castelo Branco, apresentando-a como uma alternativa segura num cenário de pandemia e pós-pandemia. “Estamos a investir muito no pós-COVID, com muitas parcerias. Temos muitas ideias e aqui, os empreendedores transformam as dificuldades em oportunidades”.

À Renascença, o presidente da autarquia revelou que foi criado um Gabinete de Atração de Pessoas e Investimento, que “está com um ritmo extraordinário: significa que as pessoas já identificam Castelo Branco como uma cidade capital das novas tecnologias. Há muitos estrangeiros que procuram a região para os seus investimentos e temos estado a fazer uma boa captação, também, junto da diáspora albicastrense. Isso aproxima as pessoas da Europa”.

José Augusto Alves não esconde a ambição: daqui a dois anos gostaria que Castelo Branco fosse a “Capital do Empreendedorismo em Portugal”. E chama atenção que esta é uma região do Interior,mas que “tem um nicho de excelência, potenciando a Europa no que diz respeito ao empreendedorismo”.

Um projeto que exige a cooperação de diversas entidades públicas, privadas e do setor social, a nível local e regional. Por exemplo, Instituto Politécnico e escolas dos diversos níveis da região, Associações empresariais, CCDR do Centro ou o ISQ.

Prémio distingue as melhores respostas à pandemia

“Empreendedorismo para uma recuperação sustentável” era o tema para as candidaturas a apresentar. Uma distinção, que nesta edição da “Região Empreendedora Europeia” - e por causa do contexto pandémico - abrange dois anos: 2021 e 2022. O que na visão do Comité Europeu das Regiões, permite planear uma recuperação económica e social de sucesso.

Por isso, este ano, em vez de três, foram distinguidas seis regiões europeias: Castelo Branco, a cidade de Gabrovo, na Bulgaria; a região de Helsinquia, na Finlândia; a região de Provence- Alpes Côte dÁzur, em França; a província da Silésia, na Polónia e a região de Madrid, em Espanha.

Para”nuestros hermanos” é o sétimo prémio; a região de Madrid junta-se às de Murcia, Catalunha, Valência, Extremadura, Astúrias e Navarra. Em relação a Portugal, Castelo Branco junta-se a Lisboa, que recebeu o prémio em 2015.

O júri decidiu ainda contemplar o Condado de Vukovar-Syrmia, na Croácia, com uma menção especial.

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