03 mar, 2021 - 21:02 • Pedro Mesquita , com redação
O bastonário da Ordem dos Engenheiros diz à Renascença que não entende porque foi necessário esperar um ano para que a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) recusar emitir um parecer prévio de viabilidade para aeroporto do Montijo.
Há um ano que se conhece a oposição das câmaras comunistas do Seixal e da Moita à instalação de um aeroporto, no Montijo, recorda Carlos Mineiros Alves.
“Eu fiquei boquiaberto e totalmente surpreso, porque é incompreensível que um regulador independente e isento que se defronta, há mais de um ano, com a questão do cumprimento de uma lei que resultado do veto de autarquias, só passado agora é que toma a decisão de rejeitar liminarmente o estudo, tal como a lei prevê,”
O bastonário dos Engenheiros lembra que a lei não mudou, entretanto, e que bastava o parecer negativo de uma autarquia para inviabilizar o projeto.
Em entrevista à Renascença, Carlos Mineiro Aires interroga-se sobre o que terá levado a ANAC, um regulador independente, a levar tanto tempo a anunciar sua decisão e admite que pode ter sido para “ganhar tempo”, num processo que classifica de “estranho e algo opaco”.
“Se o regulador estava à espera de alguma modificação de circunstâncias ou que as câmaras mudassem de posição ou que a [nova] lei lhe aparecesse, é claro que o regulador não está a atuar diligentemente”, acusa o bastonário.
Mineiro Alves é contra o direito de veto de uma autarquia a projetos e interesse nacional, mas também rejeita a opção pela construção de um aeroporto no Montijo devido aos impactos ambientais.
Para o bastonário da Ordem dos Engenheiros, Alcochete é a melhor localização, “não há outra alternativa, apesar de ter que se recomeçar o processo porque o estudo de impacto ambiental caducou em dezembro do ano passado”.
Nestas declarações à Renascença, Carlos Mineiro Alves não faz ideia quando é que a região de Lisboa vai ter um novo aeroporto, num processo que já se arrasta há cinco décadas.