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Associações lançam petição para salvar jardim e sobreiros em risco com Metro do Porto

26 out, 2020 - 19:29 • Lusa

Subscritores apresentaram à Metro do Porto propostas alternativas "de melhor desempenho energético e ambiental", mas a empresa recusou, salientando a inevitabilidade de soluções que “desrespeitam a Declaração de Impacte Ambiental (DIA)”.

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Quatro associações lançaram esta segunda-feira hoje uma petição para salvar o Jardim de Sophia, no Porto, e 503 sobreiros em Vila Nova de Gaia e para denunciar o incumprimento da Declaração de Impacte Ambiental (DIA) para a expansão do Metro do Porto.

Em comunicado, a Campo Aberto, uma das quatro subscritoras do documento, refere que o objetivo é evitar a destruição do Jardim de Sophia, à Praça da Galiza, com o consequente arranque de 65 árvores naquela zona do Porto, bem como o abate de 503 sobreiros em Gaia, devido às obras programadas para a linha Rosa, que vai ligar a estação de São Bento à Casa da Música, no Porto, e da linha Amarela entre Santo Ovídio e Vila D'Este.

As associações salientam que apresentaram à administração da Metro do Porto, numa reunião em 1 de outubro, propostas alternativas "de melhor desempenho energético e ambiental", mas a empresa "limitou-se a reafirmar a sua posição", salientando a inevitabilidade das soluções que “desrespeitam a Declaração de Impacte Ambiental (DIA)”.

No caso da linha Rosa, a Metro do Porto estava obrigada a "compatibilizar a conceção da estação da Galiza com a preservação integral do Jardim de Sophia” e a empresa "decidiu desrespeitar essa injunção apresentando a sua solução como inevitável, e argumentando que não vai destruir o jardim, mas reconstruí-lo".

Para os subscritores, "este sofisma esconde que o jardim será de facto destruído - quando a DIA é muito clara em obrigar à sua preservação integral - e que sobre os destroços se pretende construir algo inteiramente diferente".

No caso da linha Amarela, dizem as associações, a DIA determina a preservação integral do habitat de sobreiros do Monte da Virgem e a "revisão do projeto" porque se trata ali de um habitat protegido "de inegável valor ecológico e acrescentado valor sociocultural, educacional e paisagístico".

A declaração recomenda ainda que sejam identificadas "alternativas mais favoráveis para a localização do parque de materiais, que também afeta vários exemplares de sobreiro", recomendações que "foram igualmente menorizadas pela Metro".

Considerando que há alternativas ao abate de sobreiros e à destruição do Jardim, as signatárias defendem que tais projetos, nos moldes atuais, devem ser reprovados.

Para além da Campo Aberto, subscrevem a petição que às 18:20 tinha 12 assinaturas, a Associação Cultural e de Estudos Regionais - ACER, o Clube Unesco da Cidade do Porto e o NDMALO - Núcleo de Defesa do Meio Ambiente de Lordelo do Ouro - Grupo Ecológico.

Em setembro, estas associações tinham já denunciado as "mutilações" ambientais previstas com a extensão da rede de metro, contestando, à data, a destruição de três jardins no centro do Porto e o abate de mais de 500 sobreiros em Vila Nova de Gaia.

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