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Polémica com nome de Rosa Mota no Palácio de Cristal é uma “falsa questão”, diz Rui Moreira

31 out, 2019 - 18:25 • Agência Lusa

Vereadora do PS na Câmara do Porto, Manuela de Melo, que abandonou a Comissão da Toponímia por causa da secundarização do nome da atleta.

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O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disse esta quinta-feira que a questão da secundarização do nome da atleta Rosa Mota na designação do pavilhão do Palácio de Cristal "é uma falsa questão”.

Numa resposta à antiga vereadora do PS na Câmara do Porto, Manuela de Melo, que abandonou a Comissão da Toponímia por causa da polémica em torno do nome do pavilhão, Rui Moreira diz que, “com efeito, sendo discutível, do ponto de vista da imagem e da sonoridade fonética, se é mais ou menos importante nomear em primeiro lugar ou em último lugar o nome da Rosa Mota, a verdade é que, nesse aspeto, nada mudou".

Segundo notícia do "Jornal de Notícias", Manuela de Melo deixa a Comissão de Toponímia "por entender que não faz sentido continuar após o desrespeito por um dos símbolos mais consensuais do povo do Porto", referindo-se à polémica sobre o nome Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota dado ao pavilhão.

"A questão de secundarização do nome da atleta na designação é, também, uma falsa questão”, afirma Rui Moreira na carta enviada a Manuela de Melo e divulgada à imprensa.

De acordo com o JN, numa carta dirigida ao presidente da autarquia, a socialista refere que a decisão não foi tomada de "ânimo leve", devendo-se à "submissão da Câmara à imposição do consórcio Círculo de Cristal".

A Lusa tentou contar Manuela de Melo, mas até ao momento sem sucesso.

Na missiva, Rui Moreira, que diz só ter tido conhecido da carta pela comunicação social, cita a proposta aprovada por unanimidade em reunião de câmara, em 1988, onde o então presidente Fernando Cabral propunha que fosse "atribuído o nome de Rosa Mota ao Pavilhão de Desportos implantado nos jardins do Palácio de Cristal", passando a designar-se "Pavilhão de Desportos Rosa Mota".

"Ora, o que o presente executivo deliberou foi a substituição da terminologia "Desportos" - que hoje, como é consabido, não faz sentido por ser demasiadamente redutor - por uma designação comercial", defende Moreira.

O autarca salienta ainda que a deliberação de 1988 assumia outros compromissos, "que não foram cumpridos", entre eles, aqueles em que Manuela de Melo participou, um deles foi a atribuição a uma artéria da cidade, de preferência na Foz, do nome da atleta.

"Essa sim, era uma eventual competência da comissão de toponímia de que faz parte", afirma o independente, sublinhando que "a frontal discordância da atleta quanto à forma como a comunicação do equipamento estava a ser feita" apenas lhe chegou na passada semana.

Moreira termina a carta endereçada a Manuela de Melo com um desabafo: "aflige-me, isso sim, que tanta gente notável tenha durante anos fechado os olhos perante a degradação e a decadência do pavilhão, dos jardins do Palácio de Cristal, que, entretanto, reabilitamos", conclui.

O Pavilhão Rosa Mota, agora intitulado "Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota", foi inaugurado na segunda-feira sem a presença da atleta e dos vereadores do PS, PSD e CDU que não se conformam com a "menorização" do nome da campeã olímpica.

Na cerimónia de reabertura, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira passou praticamente ao lado da polémica, enfatizando que de antes de haver um Porto conhecido pelo desporto e pela cultura, "já o era devido ao Vinho do Porto".

E acrescentou: "hoje não é dia de queixas, mas de estarmos muito satisfeitos".

No dia 08 de outubro, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou, durante um intervalo na audição dos partidos para inaugurar o programa desportistas no Palácio de Belém, que "a Rosa Mota é mais importante do que todos os governos ou presidentes de Portugal".

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