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Presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro

“De tudo o que conseguimos ganhar na luta contra o cancro, alguma coisa vamos perder”

04 fev, 2021 - 13:15 • Joana Gonçalves

Mais de mil cancros do colo do útero, da mama e colorretal estão por diagnosticar, de acordo com as estimativas da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC). Os pedidos de apoio, por parte de doentes oncológicos, aumentaram cerca de 35%.

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Esta quinta-feira assinala-se o Dia Mundial da Luta Contra o Cancro e o atraso no diagnóstico da doença tem sido apontado como a principal preocupação, desde o início da pandemia.

Apesar do rastreio gratuito do cancro da mama ter retomado a normalidade e cobrir novamente 100% do território nacional, “a nível do colo do útero e colorretal há muitos atrasos, porque são rastreios que estão, sob o ponto de vista operacional, muito mais dependentes dos centros de saúde, do espaço físico”.

“Nós temos e continuamos a ter, desde março, todo um conjunto de diagnósticos precoces que estão com atrasos e realmente é uma situação lamentável e preocupante. É uma situação que vai ter de, mais tarde ou mais cedo, ser resolvida”, adianta à Renascença o presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC).

De acordo com as estimativas de Vítor Rodrigues, cerca de mil cancros estão por diagnosticar, desde março de 2020. Os IPO tinham já avançado que, desde o início da pandemia, registaram uma diminuição da referenciação de novos doentes de cerca de 20 a 25%, em média.

“Esta falta de referenciação para os hospitais é um dos problemas principais”, refere o presidente da LPCC. No entanto, não é problema único.

Nos últimos onze meses, aumentaram em cerca de 35% os pedidos de apoio social, por parte de doentes oncológicos.

“Nós estamos preparados, além deste aumento, daqui a uns meses, quando acabarem os lay-offs, quando acabarem as moratórias, para responder a mais esse acréscimo de pedidos. Temos um pé de meia, digamos assim, que foi construído ao longo dos anos, devagarinho, para conseguirmos responder a problemas como este”, garante Vítor Rodrigues.

De acordo com a Sociedade Portuguesa de Oncologia SPO, que lançou recentemente a campanha digital “O Cancro não Espera em Casa”, o impacto da pandemia causou uma quebra de 60 a 80% dos novos diagnósticos de cancro, números "preocupantes" e com efeitos, "a médio e a longo prazo, que serão, infelizmente, visíveis na diminuição da sobrevivência e da qualidade de vida".

"De tudo aquilo que temos conseguido, ao longo destes anos todos, ganhar na luta contra o cancro, alguma coisa vamos perder. Esperemos que não seja muito, mas será inevitável que vamos perder alguma coisa", defende o presidente da LPCC.


Vítor Rodrigues atecipa, ainda, um aumento da procura, assim que o agravamento da pandemira começar a abrandar. "A partir do momento em que, por exemplo, os centros de saúde possam abrir-se mais à população para a doença chamada não Covid-19, devemos começar por estabelecer circuitos próprios. Aliás, foi isso que foi feito nos grandes hospitais, por exemplo nos IPO, com espaços próprios, circuitos de referenciação e circuitos de atuação".

Para o dirigiente é, também, preciso "prever que vai haver, vou-lhe chamar duas vagas, isto é, os diagnósticos no seu tempo normal e aqueles que estão atrasados ou estão adiados. Isto é, vamos ter maior incidência artificial, durante dois, três ou quatro meses. O sistema de saúde tem de estar preparados para que esse aumento de casos seja rapidamente respondido".

Na passada quarta-feira, a Comissão Europeia aprovou um novo plano de quatro mil milhões de euros na luta contra o cancro, como a promessa de uma "nova abordagem da UE à prevenção, tratamento e cuidado" da doença.
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