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Coronavírus

Covid-19. Hospitais de Beja, Évora e Barreiro recusam acompanhantes no parto

04 fev, 2021 - 21:51 • Ana Carrilho

Associação Portuguesa pelos Direitos das Mulheres na Gravidez e Parto refere, ainda, que no hospital de Vila Franca de Xira, que permite acompanhante, caso a mãe esteja positiva à Covid-19, é separada do bebé, não pode amamentar e é colocada juntamente com os outros doentes infetados.

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Os hospitais estão a negar, de uma maneira geral, o direito a acompanhante às mulheres em trabalho de parto, expresso na Lei 110/2019.

No entanto, essa prática é sistemática nos hospitais de Beja, Évora e Barreiro.

A denúncia foi feita esta quinta-feira, no Parlamento, por Sara do Vale, uma das representantes da Associação Portuguesa pelos Direitos das Mulheres na Gravidez e Parto na audição da Comissão Eventual para o acompanhamento das medidas de resposta à pandemia de Covid-19.

“Peremptoriamente, dizem às mulheres que não vai haver acompanhamento no parto. Nos hospitais de Évora e Beja não há acompanhamento, de todo. E dizem às mulheres (não por escrito, mas ao telefone e presencialmente) que se não quiserem assim, podem ir parir para outro sítio", referiu.

Mais recentemente, Sara do Vale diz ter recebido "a denúncia e um pedido de ajuda de uma mulher do Hospital do Barreiro porque lhe disseram que, mesmo com o teste Covid negativo, não poderia ter acompanhante em nenhum dos momentos, nem no parto nem na fase de expulsão. Isto é muito preocupante”.

A responsável referiu ainda o caso do Hospital de Vila Franca de Xira que, apesar de permitir acompanhante, no caso da mãe testar positivo para a Covid-19, é separada do bebé, não o pode amamentar e é colocada com os outros doentes infetados.

A deputada socialista Susana Amador garantiu que vai apurar porque é que esses hospitais não estão a cumprir a lei e as orientações da Direção Geral de Saúde (DGS).

Pela positiva, a dirigente da Associação Portuguesa pelos Direitos das Mulheres na Gravidez e no Parto referiu os exemplos dos Hospitais Garcia de Orta e do Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/Vila do Conde.

Na audição, foi ainda sublinhada a maior dificuldade que as grávidas têm no acesso a consultas de seguimento e exames, em tempo de pandemia.

Apesar da grande maior das mulheres continuar a ter os filhos no hospital, os partos domiciliários estão em crescimento, devidamente acompanhados por médicos e enfermeiras ou parteiras especializadas e por opção da mulher e da família.

Outro caso diferente é dos partos feitos em casa, sem assistência . “Esses são preocupantes”, referiu Sara do Vale.

Outra preocupação manifestada é com a mortalidade materna que tem vindo a subir e registou o pior resultado em 2018. Do ano passado ainda não há dados e portanto, ainda não é claro o impacto da pandemia.

Embora seja evidente que vai deixar marcas a nível psicológico, com todos os constrangimentos a que obriga.

Comentários
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  • Anónimo
    05 fev, 2021 Lisboa 16:01
    Criminosos! Essa escumalha que se atreve a retirar direitos fundamentais a mulheres grávidas devia estar toda presa! Mas fechar as escolas quando era preciso ninguém quis! Escumalha das escumalhas!

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