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Autarquia de Braga diz "não" à tradição do Bananeiro

09 dez, 2020 - 12:05 • Olímpia Mairos

A tradição de comer uma banana e beber um cálice de moscatel já tem anos e a Casa das Bananas quer manter o ritual, apesar da pandemia de Covid-19. A Câmara de Braga é contra e promete fiscalização apertada.

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A polémica está lançada em Braga. Tudo porque a loja o Bananeiro, a casa das bananas, fez saber que vai cumprir a tradição e disponibilizar para venda, no dia de consoada, o habitual moscatel e banana. O autarca Ricardo Rio não gostou e garante que a lei é para cumprir.

A tradição de comer uma banana e beber vinho moscatel, horas antes da consoada de Natal, começou há mais de três décadas na loja Casa das Bananas e passou a ser um ponto de encontro de muitos bracarenses.

Este ano, e apesar de o país estar a viver uma pandemia de Covid-19, os proprietários da loja o Bananeiro prometem cumprir a tradição e justificam a decisão com a permissão dada pelo Governo para a abertura do comércio e da restauração até à 1 hora da manhã.

“Consideramos que não temos sequer o direito de impedir a realização de uma tradição tão vincada na nossa cidade”, escrevem na sua página de Facebook.

A venda do habitual moscatel e banana estará disponível apenas para o “exterior da loja”, indica o estabelecimento, pedindo a “consciencialização” dos clientes para a situação pandémica que o país atravessa.

“Não podemos controlar os ajuntamentos na rua, isso só depende de vocês. Pedimos que, dada a situação, cumpram esta tradição este ano de forma mais contida, em casa, com as respetivas famílias”, conclui o comunicado.

O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, usou as redes sociais para se insurgir contra a realização do evento.

“Banaquê?”, pergunta o autarca, lembrando que, ao longo de todo o ano de 2020, os bracarenses não puderam usufruir de nenhuma das suas tradições e que “não realizar o tradicional ‘Bananeiro’ não será drama para ninguém”.

Considerando que nestas matérias “não basta apelar ao sentido de responsabilidade para evitar ajuntamentos que colocariam muitos em risco e poderiam projetar uma péssima imagem da cidade”, o presidente da autarquia garante que a “Polícia Municipal e a PSP serão intransigentes” no cumprimento da lei do Estado de Emergência, que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas em espaços ao ar livre de acesso ao público e vias públicas.

“Beber vinho moscatel em espaço público é infringir a lei”, afirma Ricardo Rio, assinalando que a autarquia bracarense “não autorizará nenhuma instalação de balcões ou pontos de venda em espaço público associados a esta tradição”.

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