24 mar, 2020 - 14:37 • João Cunha
Há que dizer a verdade aos portugueses. Depois da entrevista de António Costa à RTP, o bastonário da Ordem dos Médicos não poupa nas palavras.
"Há que dizer a verdade. Com humildade e de forma simples, até para que as pessoas possam ajudar. Não é de todo em todo útil dizer que há tudo e que não é preciso nada quando toda a sociedade civil está toda organizada a tentar gerir esses equipamentos, porque sabe que há falta de equipamentos de proteção pessoal", afirma à Renascença.
O primeiro-ministro garantiu que "não faltou nada e não temos nada que diga que irá faltar". E que há uma margem na resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e que essa "folga" continua a aumentar.
Mas tal, como o chefe do Governo, Miguel Guimarães acredita que o sistema de saúde vai dar resposta positiva, “sem prejuízo de saber que vai ser mais duro do que é neste momento”.
“Não é preciso ninguém entrar em pânico, mas é preciso respeitar o vírus. Daí que seja importante que todos sigam as regras definidas pela DGS. Se fizermos isso e tivermos a capacidade de tratar os doentes que precisam de ser tratados, nós vamos vencer esta batalha. Pode ser difícil, mas vamos vencê-la com o mínimo de danos possível", defende.
Quanto às medidas restritivas, devem ser alargadas, defende o bastonário, recorrendo a uma comparação para apontar o que pode ainda ser feito: "não podemos ter três ou quatro pessoas a falar na rua. Mas podemos ter numa fábrica 100, 200 ou 300 trabalhadores".
Nesta entrevista à Renascença, Miguel Guimarães refere ainda que são já 4.500 os médicos na situação de reforma ou do setor privado que se ofereceram-se para trabalhar no serviço público.