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Trânsito na Baixa de Lisboa. CDS-PP diz condicionamento “comporta riscos”

04 fev, 2020 - 07:40 • Lusa

Presidente da Câmara é acusado de ter "apresentado uma cidade com 'Photoshop'", com "pouco respeito muitas vezes com quem vive e trabalha" em Lisboa.

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O CDS-PP na Câmara de Lisboa admitiu que podem "até existir méritos" na proposta da autarquia (PS) de condicionar o trânsito na zona da Baixa-Chiado, mas defendeu que "comporta enormes riscos".

"Numa primeira análise, nós reconhecemos que podem até existir méritos na proposta, mas é também evidente que é uma proposta que comporta enormes riscos", afirmou o vereador do CDS-PP João Gonçalves Pereira, em declarações à Lusa.

Os centristas, a maior força da oposição na autarquia liderada pelo socialista Fernando Medina, consideram que "é fundamental conhecer todos os estudos e dados objetivos que sustentam" o plano apresentado e criticam que "uma proposta destas, com o impacto que tem na cidade", tenha sido apresentada aos jornalistas antes de ser apresentada na câmara.

João Gonçalves Pereira remeteu o sentido de voto do CDS-PP para quando a proposta for distribuída à vereação, admitindo vir a apresentar propostas alternativas.

Para o autarca, "a neutralidade carbónica é um objetivo que não deve ser apenas atingido por imposições ou restrições aos cidadãos, mas sim através de bons mecanismos de compensação e de boas práticas de cidadania".

O eleito acusou também o presidente da Câmara de "apresentação de uma cidade com 'Photoshop'", com "pouco respeito muitas vezes com quem vive e trabalha" em Lisboa.
Havendo esse respeito, João Gonçalves Pereira garantiu que "o CDS não tem complexos com aquilo que pode ser o condicionamento de uma ou outra zona da cidade". Por outro lado, o centrista apontou como aspeto positivo a reposição do modelo original de circulação ascendente/descendente nas laterais da Avenida da Liberdade.
Ainda assim, disse ser "triste" que a "câmara tenha demorado sete anos a perceber que as emissões de dióxido de azoto são altíssimas naquela artéria da cidade".
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina (PS), apresentou na sexta-feira a nova Zona de Emissões Reduzidas (ZER) Avenidas/Baixa-Chiado, que prevê que o trânsito automóvel nessa área passe a ser exclusivo para residentes, portadores de dístico e veículos autorizados, entre as 06:30 e as 00:00, a partir do verão.
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  • Martins
    04 fev, 2020 LX 11:29
    As alterações já feitas em Lisboa e as que aparentemente irão acontecer têm quase sempre como consequência o estreitamente de vias rodoviárias, ou mesmo a sua eliminação. As emissões são sempre a justificação apresentada, mas se forem gigantescos navios de cruzeiro atracados em Lisboa não há qualquer problema. Também a aviação está a salvo e até se controi mais um aeroporto para permitir mais movimentos e mais emissões. Contudo se foram automóveis dos lisboetas e um vade retro Satanás! Outro ponto que acho imensamente estranho é que o estreitamento de muitas das ruas e utilização das mesmas em caso de urgência que implique intervenção de bombeiros e viaturas pesadas (lembro-me do incêndio do Chiado). O que dizem os bombeiros destas alterações? Foram consultados? A CML parece cada vez mais um centro de decisões para as elites e turismo. Tudo se pode fazer, destruindo a rede viária, gastando milhões com obras inúteis que poderão ficar muito bem no Photoshop, mas que na realidade atrapalham cada vez mais a vida das pessoas. Nem todos andam de bicicleta e Lisboa não é plana!

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