A+ / A-

Líder da oposição no Camboja acusado de traição

03 mar, 2023 - 10:16 • Redação

Kem Sokha foi condenado a 27 anos de prisão de prisão domiciliária por "concluio com estrangeiros".

A+ / A-
Kem Sokha. Foto: Kith Serey/EPA
Kem Sokha. Foto: Kith Serey/EPA
Kem Sokha. Foto: Kith Serey/EPA
Kem Sokha. Foto: Kith Serey/EPA

Um tribunal do Camboja condenou Kem Sokha, cofundador do Partido Nacional (PSNC) local e figura da oposição, a 27 anos de prisão domiciliária. A condenação acontece por “conluio com estrangeiros no Camboja e noutros lugares”, mas grupos de direitos humanos dizem que a mesma tem motivação política.

Sokha fica, igualmente, proibido de votar ou concorrer a cargos políticos.

A sentença proferida por um juíz do tribunal de Phnom Penh entrou imediatamente em vigor: o político foi levado para casa, onde deverá permanecer, sem contacto com qualquer pessoa que não pertença à sua família.

O embaixador norte-americano naquele país, W. Patrick Murphy, acredita no que é dito pelos grupos de direitos humanos. Aos jornalistas, diz que a condenação é um erro da justiça e foi baseada numa “conspiração fabricada”.

A acusação foi sempre contestada por Kem Sokha, que já tinha sido detido em setembro de 2017, suspeito de tentar derrubar o governo de Hun Sen.

No poder desde 1985, Hun Sen tem sido acusado de provocar um retrocesso das liberdades democráticas, com a instrumentalização dos tribunais para repressão de opositores, ativistas e defensores dos direitos humanos.

Esta não é, de resto, uma decisão inédita. Já em outubro de 2022, a justiça cambojana tinha condenado à revelia outro dos fundadores do PSNC, Sam Rainsy, a prisão perpétua. Rainsy, líder histórico da oposição, foi acusado de “entregar a um estado estrangeiro todo ou parte do território” do Camboja. O político nunca cumpriu a pena porque está no exílio desde 2015.

As próximas eleições estão agendadas para julho de 2023 e Hun Sen, há 37 anos no poder, vai concorrer a mais um mandato.

Tópicos
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+