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Comissão Europeia pede sanções financeiras contra a Polónia

07 set, 2021 - 17:21 • Redação, com Lusa

​Polónia considera pedido de sanções financeiras uma "agressão" da União Europeia. Em causa está a polémica reforma do sistema de justiça.

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A Comissão Europeia pede a aplicações de sanções financeiras contra a Polónia, no âmbito de processos sobre a falta de independência do poder judicial no país.

Em causa está o incumprimento da ordem de suspensão da aplicação das disposições sobre competências do Conselho Disciplinar do seu Supremo Tribunal.

A Comissão Europeia pede ao Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) que imponha uma sanção pecuniária diária à Polónia enquanto as medidas impostas pelo despacho do Tribunal não forem integralmente aplicadas.

"É meu dever assegurar que a independência dos juízes europeus seja protegida, caso contrário, toda a ordem jurídica da UE poderia estar em risco e os pilares centrais da União poderiam ser postos em causa", indicou o comissário europeu para Justiça, Didier Reynders, em comunicado.


O vice-ministro da Justiça polaco fala em "agressão" contra o país. "A Comissão Europeia bloqueia ilegalmente fundos da Polónia e pede sanções. São atos de agressão", declarou Sebastian Kaleta na rede social Twitter, adiantando que os "ataques" são "ilegais".

O TJUE não deve pronunciar-se sobre este pedido de sanções antes de seis meses, de acordo com uma fonte judicial, segundo a agência France-Presse.

O Conselho Disciplinar polaco, que a justiça europeia considerou não estar "imune a influências diretas ou indiretas dos poderes legislativo e executivo", pode retirar a imunidade dos juízes ou reduzir os seus salários.

Embora afirmando "não reconhecer" o julgamento do TJUE, o líder do PiS (Lei e Justiça), o principal partido da coligação conservadora no poder em Varsória, prometeu no início de agosto substituir aquele conselho disciplinar por uma nova estrutura "completamente diferente".

Numa entrevista à agência polaca PAP, Jaroslaw Kaczynski, disse que as primeiras propostas de mudança deveriam ser apresentadas em setembro.

Mas a Comissão indicou hoje esperar ainda "mais pormenores" sobre a reforma prevista e criticou Varsóvia por não ter suspendido as atividades do conselho tal como ele existe atualmente.

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