A+ / A-

Covid-19. China regista primeiras mortes em seis meses de tolerância zero

21 nov, 2022 - 15:07 • Teresa Paula Costa

Autoridades chinesas admitem que capital do país está a enfrentar “a situação mais severa desde o início da pandemia”. Protestos contra restrições aumentam.

A+ / A-

A China acaba de anunciar as primeiras mortes por Covid-19 em seis meses, levando as autoridades a alertar que a capital está a enfrentar a situação mais severa desde o início da pandemia.

Segundo a BBC, três das mortes ocorreram em Pequim desde sábado passado, elevando o número oficial de mortos para 5.229 desde o início da pandemia.

Até às 15h00 desta segunda-feira (7h00 em Lisboa), Pequim, uma cidade com 21 milhões de pessoas reportou 316 casos novos de Covid, entre eles a de um homem de 87 anos, referiu a agência Reuters.

Liu Xiaofeng, o director adjunto do Centro Municipal para o Controlo de Doenças e Prevenção de Pequim, descreveu a situação como “a mais complexa e severa alguma vez vista na cidade”.

No dia anterior, o jornal China Daily tinha referido que o porta-voz do município alertara que a capital do país estava a enfrentar uma “situação de prevenção e controlo epidémico sinistra e complicada”.

Protestos contra restrições aumentam

As mortes surgem numa altura em que a "política de tolerância zero à Covid" da China desencadeia raros protestos, uma vez que milhões de pessoas têm estado isoladas e os cidadãos que testaram positivo foram colocados em quarentena forçada.

Em Pequim, as autoridades decretaram o isolamento da parte haidiana da cidade, o que levou ao encerramento de lojas, escolas e restaurantes e três milhões de pessoas foram obrigadas a ficar em casa.

Já quem viajar para a cidade terá de fazer teste nos primeiros três dias da estada e ficar em casa até que tenha luz verde para sair.

Atrasos no tratamento originam mortes

A China tem afirmado que a sua política de tolerância zero à Covid tem originado muito menos mortes por coronavírus do que no resto do mundo.

Contudo, têm surgido histórias de atrasos nos tratamentos de emergência de pessoas gravemente doentes em zonas isoladas ou em instalações de quarentena.

Nos últimos dias, tem havido uma onda de indignação online, depois de várias notícias sobre mortes por Covid. Uma delas era sobre um bebé que tinha perdido a vida devido a atraso no tratamento por restrições relacionadas com a Covid.

Também neste mês de novembro, ocorreram manifestações na parte oriental da cidade de Lanzhou, depois de um homem ter dito que os atrasos em levar o seu filho bebé para o hospital tinham contribuído para a sua morte por envenenamento por monóxido de carbono.

Em outubro passado, foi também notícia a morte de uma jovem de 14 anos na província de Henan depois de adoecer num centro de quarentena.

Saiba Mais
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+