06 jun, 2020 - 01:58 • Filipe d'Avillez com Reuters
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O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, ameaçou esta sexta-feira sair da Organização Mundial da Saúde, depois da agência da ONU ter lançado um aviso contra o levantamento de confinamento antes do abrandamento da proliferação do coronavírus.
Com um novo recorde de mortos no espaço de 24 horas, o Brasil ultrapassou Itália em termos da contagem total de óbitos. Não obstante, Bolsonaro continua a exigir aos estados que levantem as restrições económicas, argumentando que o preço económico é superior ao da saúde pública.
A imprensa brasileira tem sido impiedosa para com Bolsonaro, com a “Folha de São Paulo” a escrever, num editorial, que passaram esta sexta-feira 100 dias desde que o Presidente descreveu a Covid-19 como uma “pequena gripe”. A doença mata agora, segundo o jornal, “um brasileiro por minuto”.
Com mais de 34 mil mortes, a pandemia já matou mais pessoas no Brasil do que em qualquer outro país para além do Reino Unido e dos Estados Unidos.
Esta sexta-feira a porta-voz da OMS, Margaret Harris, disse que só quando a transmissão começar a abrandar é que se devem levantar restrições. “A epidemia, o surto, na América Latina, é muito, muito preocupante”, disse Harris, numa conferência de imprensa a partir de Genebra, onde a organização tem a sua sede.
Instado a comentar, Bolsonaro disse aos jornalistas que o Brasil ponderará abandonar a OMS caso esta não deixe de ser uma organização política.
O Presidente segue, assim, nas pegadas de Donald Trump, que anunciou recentemente a saída dos Estados Unidos desta organização, acusando-a de estar ao serviço do regime comunista chinês.