14 ago, 2019 - 00:32 • Redação, com Reuters
O Senado Italiano rejeitou discutir esta quarta-feira uma moção de censura ao Governo, numa primeira derrota para o vice-primeiro-ministro e ministro do Interior, Matteo Salvini.
Em alternativa, os senadores decidiram convocar o primeiro-ministro. Giuseppe Conte vai à câmara alta do parlamento na próxima semana, a 20 de agosto, para falar sobre a crise política instalada no país.
“O que é mais bonito, mais democrático, mais digno do que dar a escolha ao povo”, disse Salvini no seu discurso perenta o Senado, intervenção que foi interrompida por várias vezes por elementos de outros partidos.
Numa movimentação surpreendente, Salvini aceitou a proposta do 5 Estrelas da redução do número de parlamentares de 945 para 600, mas apenas em caso de eleições antecipadas.
O Governo italiano é composto por uma coligação formada pela Liga, de Matteo Salvini, de extrema-direita, e pelo Movimento 5 Estrelas.
Na semana passada, Matteo Salvini avançou para a rutura com os parceiros de coligação e defendeu eleições antecipadas, para tentar capitalizar a sua popularidade e chegar a primeiro-ministro.
O plano de Salvini está em risco, porque o 5 Estrelas e os partidos de centro-esquerda no Parlamento estão a tentar um consenso para evitar eleições antecipadas e formarem uma nova coligação maioritária.
O antigo primeiro-ministro Matteo Renzi, do Partido Democrático, de centro-esquerda, admite uma aliança com o 5 Estrelas e considera que a Liga, de Salvini, representa uma ameaça à democracia.
“Chegou a altura de escrever uma nova página para a Itália”, disse Matteo Renzi aos jornalistas antes do debate desta terça-feira no Senado, e defendeu que o Partido Democrático, o 5 Estrelas e outros partidos devem juntar forças e enterrar as diferenças.