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Incêndio em Londres. Mãe atira bebé do nono andar e homem salva-o

14 jun, 2017 - 11:21

São histórias de desespero na sequência do incêndio que destruiu esta quarta-feira uma torre de apartamentos. Há seis mortos confirmados e mais de 70 feridos.

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“Parecia algo saído de um filme de terror”. Testemunhas descrevem incêndio em prédio habitacional
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Num acto de desespero, uma mulher atirou o seu bebé da janela da sua casa, na Torre Grenfell, que esta quarta-feira se consumiu em chamas. A criança foi atirada do nono andar e apanhada por um homem que passava na rua.

Uma testemunha relata ao “HuffPost UK” que viu “uma mulher a gesticular e a querer dizer que ia mandar o seu bebé pela janela enrolado no que parecia ser uma manta. E depois lançou-o”.

Depois, “um homem correu e, miraculosamente, apanhou o bebé. Não sei o que aconteceu a seguir, mas o bebé ficou a salvo”.

O fogo começou perto da 1h00 da madrugada no segundo andar do edifício e rapidamente alastrou a todo o prédio. Os alarmes de incêndio não soaram e o pânico instalou-se.

Os residentes foram dando conta aos poucos do que se estava a passar e, à medida que abriam as portas de casa para se salvarem davam com corredores cheios de fumo e com pouca visibilidade.

Segundo uma outra testemunha, outra mulher também atirou o filho com cerca de cinco anos pela janela, do quinto ou sexto andar. A criança está bem. Ficou ferida, mas sem gravidade.

Uma outra mulher conseguiu sair de casa com os seus seis filhos, mas, ao chegar à rua, apercebeu-se que só tinha quatro consigo. Um deles foi encontrado depois no hospital. Não se conhece ainda o que terá acontecido ao outro.

“Ouvimos crianças a gritar e isso foi o pior”, conta um dos sobreviventes à CNN. “Quando dei pelo incêndio, à 1h30, o fogo estava já tinha subido todo o edifício e via-se a entrar nos apartamentos. Vimos pessoas a tentar escapar, um homem a tentar escalar da janela, várias pessoas nas suas janelas e luzes a ligar e desligar, sinal de alguém a tentar dizer que estava ali e não conseguia sair”, acrescenta.

“Sabíamos que as pessoas estavam desesperadas e que podia ser o fim para muita gente, porque estávamos a par dos problemas de segurança existentes e o fogo alastrava a uma grande velocidade”, diz também.

Londres. Prédio de 27 andares em chamas
As primeiras imagens da tragédia

Dois portugueses que vivem perto do prédio contaram à agência Lusa como viveram as últimas horas. Adelina Pereira, que vive em Londres há 44 anos, contou que ouviu as sirenes dos bombeiros perto das 2h00 e não conseguiu dormir mais. Ficou “muito assustada com a situação”.

Paulo Gouveia, que vive a “10 minutos a pé” da Torre Grenfell, relatou que “o jardim está cheio de cinzas por causa do incêndio" e a escola do filho, a St. Francis Primary School, está fechada.

"Eu trabalho em Shepherds Bush e nem vou levar o carro. Vou a pé para o trabalho", acrescentou.

Pelo menos seis pessoas morreram neste incêndio que, às 11h00, continua a ser combatido pelos bombeiros. Mais de 70 pessoas foram transportadas para cinco hospitais da capital britânica, 20 estão em estado considerado grave.

A torre, situada perto de Notting Hill, tem 24 andares e 120 habitações. Três famílias portuguesas e dois portugueses residiam no prédio e já foram localizados pelo consulado português. Estão todos bem.

Segundo a Secretaria de Estado das Comunidades, duas crianças portuguesas estão internadas, mas fora de perigo.

A polícia londrina divulgou, entretanto, o número de um gabinete de emergência para o qual os cidadãos podem ligar, caso precisem de encontrar um familiar ou amigo: “Casualty Bureau” (0800 0961 233 ou 0207 158 0197).

Comentários
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  • José Pinto
    15 jun, 2017 Laranjeiro 06:29
    Como é que me explicam um edifício com estas dimensões não estar equipado com sistema anti-homofobia??
  • Joao
    14 jun, 2017 Amadora 13:08
    É POR estas e POR outras que nunca me hao-de apanhar a viver num arranha ceus
  • rosinda
    14 jun, 2017 palmela 12:23
    Que horror que tisteza! Nao sei como e que ainda ha pessoas que tem coragem de mandar incenerar criancas!

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