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Nível do mar pode subir 82 centímetros até ao fim do século

27 set, 2013 - 11:25

Cientistas de topo estão cada vez mais certos de que a actividade humana é a responsável pelo aquecimento global.

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A temperatura do planeta pode aumentar até 4,8ºC este século e o nível das águas do mar subir até 82 centímetros, com danos relevantes na maior parte das regiões costeiras do globo. As previsões em género de alerta são do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC, na sigla em inglês).

No seu quinto relatório de avaliação, apresentado esta sexta-feira em Estocolmo (Suécia), os especialistas deste painel das Nações Unidas apresentam vários cenários possíveis, tendo em conta milhares de investigações realizadas nos últimos anos.

O relatório confirma, "ainda com mais certeza, que as alterações climáticas se devem à actividade humana", afirmou o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, Michel Jarraud, na apresentação do documento.

Segundo o responsável, o relatório mostra de forma inequívoca que o clima tem vindo a aquecer e os cientistas estão 95% seguros de que a actividade humana é a "causa dominante" do aquecimento global desde os anos 50 do século passado.

Desde 1950 foram observadas, no sistema climático, mudanças que não têm precedente nas décadas que antecederam o novo milénio e cada uma das três últimas décadas foi sucessivamente mais quente na superfície terrestre do que qualquer outra desde 1850 - e, provavelmente, do que nos últimos 1.400 anos, alerta o sumário da primeira parte do relatório. 

Uma das surpresas do relatório é que, apesar das previsões, o que se tem verificado até ao momento é que a temperatura do ar, desde o início do século, não tem aumentado de modo significativo.

“Desde praticamente 2000 a temperatura média global da atmosfera à superfície tem-se mantido muito constante, não há um crescimento nítido da temperatura”, revela o físico e especialista em alterações climáticas Filipe Duarte Santos à Renascença.

Por outro lado, acrescenta, “há indicações inequívocas de que as concentrações de gases com efeitos de estufa na atmosfera têm estado a aumentar ao mesmo ritmo do passado”.

O especialista refere que “a explicação mais plausível para este patamar das temperaturas é uma variabilidade climática associada ao facto de que nos últimos anos tem havido um número bastante elevado de fenómenos de La Niña” [um fenómeno inverso ao El Niño que arrefece as águas, em vez de as aquecer].

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