Tempo
|
A+ / A-

Cristas devolve críticas socialistas sobre "instituições na lama"

29 set, 2019 - 19:49 • João Cunha, com Lusa

"Sei que há a velha máxima de quem se mete com o PS, leva, mas aqui no CDS não há medo de dizermos as verdades", disse a líder centrista em resposta ao ministro Augusto Santos Silva.

A+ / A-
Cristas devolve críticas ao PS

A líder do CDS-PP devolve a Augusto Santos Silva as acusações de estar a arrastar as instituições "para a lama" com o caso de Tancos e lembrou as acusações de jornalismo de sarjeta quando foi ministro.

"Sei que há a velha máxima de quem se mete com o PS, leva, mas aqui no CDS não há medo de dizermos as verdades. E quem coloca as instituições políticas na lama é quem mantém um candidato a deputado envolvido num processo, que aparentemente soube do que se passou, e quando devia escrutinar o governo, estava de alguma forma a encobrir também o governo", disse Assunção Cristas.

A líder do CDS-PP, que falava a meio de uma visita à feira das colheitas em Arouca, Aveiro, contrapôs que "essas palavras" do ministro dos Negócios Estrangeiros, que acusou os partidos da direita de arrastarem "as instituições da República para a lama", "aplicam-se bem ao PS".

"E eu devolvo-as ao senhor ministro Santos Silva e candidato também. Ainda nos lembramos bem de quando ele acusava o jornalismo de ser jornalismo de sarjeta", acrescentou.

Do lado do CDS-PP, a líder do partido prometeu defender "as pessoas que querem saber aquilo que se passou em Tancos", no que "foi uma atuação do governo absolutamente vergonhosa a desprestigiar" as instituições e a democracia.

O ministro socialista Augusto Santos Silva acusou hoje, em Matosinhos, PSD e CDS-PP de misturarem questões políticas e judiciais.

"Nós não queremos trazer as instituições da República para a lama, nós sabemos que a justiça e a política são domínios diferentes, sabemos que as Forças Armadas são uma instituição representativa de todo o país, sabemos que as questões judiciais resolvem-se nos tribunais e que as questões políticas tratam-se no parlamento e na política", declarou Santos Silva.

O governante insurgiu-se contra "a degradação da linguagem política, contra as calúnias e ofensas pessoais".

"A doutora Assunção Cristas parece querer afundar o nível do debate político democrático em Portugal, mas é hoje evidente para todos, basta olhar para as sondagens, que quem se vai afundar é ela própria", sustentou.

O também cabeça de lista socialista no círculo eleitoral Fora da Europa acusou ainda o presidente do PSD de esquecer os seus princípios no caso de Tancos.

"Rui Rio pediu serenidade e elevação quando se trata de questões de justiça, disse com toda a razão que ser acusado não é ser condenado - e que só há um sítio em que tudo isso pode ser decidido: nos tribunais. Mas o doutor Rui Rio estava à espera da primeira oportunidade para desdizer a sua própria teoria", apontou Santos Silva.

Assunção Cristas não receia que o seu partido se "afunde", contrariando o ministro e dirigente socialista Santos Silva, dado que não foi o CDS-PP que "trouxe o tema para a campanha, o tema apareceu".

"Mal seria, se ignorássemos um tema de tamanha gravidade. Estaríamos a trair as pessoas que votarem em nós. E, portanto, nós continuamos tranquilamente à espera das explicações que o Governo tem de dar" sobre o caso, disse, falando aos jornalistas durante uma visita à festa em Arouca.

A líder do CDS-PP notou que se o PS quer "enveredar por outro tipo de discurso, essa linguagem fica com eles próprios", aconselhando os socialistas a "olhar para o seu próprio partido, que mantém na rua a fazer campanha alguém que, porventura, já não deveria ter a confiança política do PS para ser candidato".

A meio da tarde, a caravana centrista foi à feira, distribuiu panfletos, a líder e deputada tirou algumas dezenas de "selfies" com pessoas que queriam ver a "senhora doutora" ou, "mais prosaicamente", "a Assunção Cristas".

"Recebi aqui um acolhimento muito caloroso, a mim e ao CDS, e muitas pessoas a dizerem-nos que nos querem dar força, espero que essa força apareça de hoje a oito dias no dia das eleições. Sabem com o que podem contar do lado do CDS. Temos ideias claras, posicionamento político claro, as pessoas reconhecem no CDS trabalho", descreveu.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+