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Médicos de família duvidam que haja excesso de especialistas daqui a dois anos

01 mar, 2024 - 10:45 • Ana Fernandes Silva , João Malheiro

Previsões do Governo apontam para que, em 2026, haja um excesso de médicos de família no SNS. "Excesso nunca teremos", diz à Renascença o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar.

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O presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar duvida das previsões do Governo que aponta excesso de especialistas daqui a dois anos.

"Excesso nunca teremos", diz mesmo Nuno Jacinto, à Renascença.

De acordo com o jornal "Público", 2024 terá um pico de aposentações que serão compensadas nos anos seguintes com a contratação anual de jovens especialistas.

O representante dos médicos de família recorda que "já sabíamos que o pico de reformas ia ser ultrapassado" e diz que a falta de médicos só se resolve se a profissão for mais atrativa.

"O que depois vai acontecer é que, devido ao reforço geracional, o número de reformas vai cair muito. Mas depois temos que garantir os colegas que vão formando vão ficando no SNS", explica.

"Esse tem sido um dos grandes problemas. Se não tivermos capacidade de os fixar no SNS não vamos ter médicos excedentes", acrescenta, ainda, Nuno Jacinto.

Ministério da Saúde não esclarece metodologia

Questionado pela Renascença, o Ministério da Saúde refere que as previsões "decorrem da análise realizada no Ministério da Saúde no âmbito do planeamento de recursos humanos".

No entanto, o Governo não esclareceu as perguntas da Renascença consoante à metodologia que leva a que estes resultados sejam alcançados.

Em resposta escrita, o Ministério de Saúde garante estar "medidas em curso no Serviço Nacional de Saúde para reforço e valorização da Medicina Geral e Familiar".

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  • Anastácio José Marti
    01 mar, 2024 Lisboa 11:54
    Nem daqui a uma década haverá excesso de Médicos de Família, não há de há muito tempo, estimulo nem motivação alguma para se permanecer no SNS com ordenados de miséria que são o primeiro motivo de desmotivação. Quem fez a afirmação de que daqui a dois anos haveria excesso de Médicos de Família, ou fê-lo POR ESTARMOS EM CAMPANHA ELEITORAL, ou simplesmente para enganar o povo a quem tal promessa se dirigiu, o que de seriedade e de honestidade intelectual nada tem, e depois admiram-se de a abstenção ser a que vai ser mais uma vez.

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